USP elege sua primeira reitoria em 71 anos
Fábio Takahashi, Folha de São Paulo de 09.11.2005
A USP está próxima de ter, pela primeira vez em seus 71 anos, uma mulher como reitora -o posto mais alto da instituição, considerada a mais importante do país. A farmacêutica e atual pró-reitora de pós-graduação, Suely Vilela, 51, venceu o segundo turno da eleição, realizada ontem.
O pró-reitor de cultura e extensão, Adilson Avansi de Abreu, ficou em segundo lugar e o vice-reitor, Helio Nogueira da Cruz, em terceiro. Caberá ao governador, Geraldo Alckmin (PSDB), escolher o novo dirigente. Tradicionalmente, é indicado quem encabeça a lista tríplice.
Alckmin terá até o próximo dia 26 para se pronunciar, data da posse do novo reitor, que substituirá Adolpho José Melfi. O tucano recebeu a lista ontem, antes de viajar para Israel.
Para Vilela, que faz parte da atual gestão, a vitória de uma mulher na eleição da universidade é uma “mudança de paradigma”. Até então, apenas uma mulher havia sido indicada para a lista tríplice -em 1997, com a professora Miriam Krasilchik. Ela, porém, não encabeçava a lista.
Apesar de ainda esperar o aval de Alckmin, ela já declarou qual será sua prioridade: a graduação.
A votação
No segundo turno, votaram só os membros do Conselho Universitário e dos conselhos centrais (principais conselhos da instituição). No total, foram 300 eleitores.
Para formar a lista tríplice, são feitos até três escrutínios. Para ser indicado, o candidato precisa ter maioria (151 votos). Quando isso não ocorre nas duas primeiras votações, são indicados os mais bem colocados na terceira, independentemente do número de votos.
Vilela obteve 154 votos no primeiro escrutínio e, por isso, encabeça a lista tríplice. Os outros dois nomes foram definidos apenas na terceira votação, com Abreu em primeiro e Cruz em segundo.
O sistema de eleição sofre críticas por parte de setores da universidade, por entenderem que ele é muito restrito e concentrado nos professores (85% dos votantes)