UPE mobilizada contra as ameaças de perseguição aos professores
Após as ameaças e insultos sofridos por professores da Universidade de Pernambuco (UPE) na semana passada, a comunidade acadêmica e a gestão da Universidade vem se mobilizando no intuito de apurar a responsabilidade dos atos insanos e barrar qualquer tentativa de interferência na liberdade de cátedra. Já na sexta-feira (09/11/2018), um dia após os ataques, Gestores da UPE e representações dos professores e estudantes estiveram reunidos para discutir a questão. O encontro contou com a participação do reitor Pedro Falcão, do professor Luiz Oscar Cardoso Ferreira (Presidente da ADUPE), do presidente do Diretório Central dos Estudantes (Nelson Barros Goes Júnior), dos advogados Raul Neves Baptista (Procurador Jurídico da UPE) e Marcelo Santa Cruz (Assessor jurídico da Adupe), além de pró-reitores, professores e alunos. Durante a reunião foram debatidas as estratégias e medidas a serem adotadas para resguardar a autonomia universitária e a liberdade de cátedra. O primeiro passo foi a criação de uma frente em defesa da universidade, que reunirá representantes da gestão, da ADUPE, do SINDUPE e do DCE. Também foi definida a atuação conjunta entre as assessorias jurídicas da UPE e das entidades. Uma nova reunião ficou agendada para esta segunda-feira (12/11/2018). ENTENDA O CASO Na semana passada, tanto na UPE quanto na UFPE circularam panfletos com nomes de professores, contendo agressões verbais e ameaças. Na UPE, a circulação da carta ocorreu no Campus de Nazaré da Mata, dois dias depois da que foi divulgada na UFPE. A carta apócrifa continha conteúdo de intolerância política e de gênero. No conteúdo do documento é possível ler “A doutrinação vai acabar. É o Mito. Ustra Vive!”, uma menção ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e exaltação ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que foi chefe comandante do Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) de São Paulo entre 1970 e 1974 e tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça, em 2008, como torturador durante a ditadura. As ameaças ganharam repercussão na imprensa local e nacional. Diversas entidades manifestaram repúdio às ameaças de perseguição aos professores das duas instituições. Entre as entidades locais que hipotecaram solidariedade aos professores estão a ADUPE, o SINDUPE e o SINTEPE. Os gestores da UPE e da UFPE acionaram a Polícia Federal e os ministérios públicos Federal e Estadual denunciando as ameaças. Veja as notas das entidades e a repercussão na imprensa local e nacional: Nota de Solidariedade à comunidade acadêmica da UPE -AdupeNossa solidariedade aos professores e professoras da UFPE e UPE – SintepeNota Pública da UPENota Pública da UFPETexto com ameaças a alunos e professores é espalhado na UPEUPE aciona Ministério Público para investigar panfleto que ameaça professoresMinistérios Público e Federal investigam ameaças na UFPE e UPEUniversidades vivem clima de denuncismo