Uma semana dedicada à ciência
Começa hoje à tarde, no Recife, o maior evento de divulgação científica já realizado no Estado. Durante uma semana, seis tendas mostrarão ao público, das 9h às 17h, o encanto da ciência através de experiências, maquetes, programas de computador, apresentações teatrais, histórias e exposições interativas. A abertura será às 15h, no Marco Zero, Bairro do Recife.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada no mesmo período em todas as capitais brasileiras, deve alcançar em Pernambuco um público de cerca de 300 mil pessoas, na estimativa do professor Paulo Faltay, do Espaço Ciência, uma das instituições organizadoras do evento.
Embora o público-alvo seja os estudantes do Ensino Médio e Fundamental, a programação também foi montada para despertar o interesse também dos adultos. Um dos destaques é a exposição sobre tubarões, com arcadas e peixes empalhados, que ficará no Pólo Boa Viagem.
Esse pólo contará ainda com a exibição de um dessalinizador, além de exposição sobre os efeitos do Sol sobre a pele. Faltay explica que os organizadores procuraram agrupar as atrações nos pólos de acordo com um tema. O da Praia de Boa Viagem, por exemplo, concentrará assuntos relacionados ao mar. O da Praça do Derby estará relacionado ao corpo humano.
No Parque da Jaqueira, a postura e nutrição darão o tom da mostra científica. No Morro da Conceição, o viés será a saúde coletiva, enquanto no Pólo da Estação Central do Metrô, no bairro de São José, a temática predominante será a história. No Marco Zero, a robótica tomará a cena.
Além dos pólos, o evento contará com instituições que abrirão suas portas para divulgar ciência ao público. Estarão recebendo visitantes com uma programação especial a Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), no Bongi, as Universidades Federal de Pernambuco (UFPE), na Cidade Universitária, e Federal Rural (UFRPE), em Dois Irmãos, o Espaço Ciência, no Bairro do Recife, a unidade da Fiocruz na cidade e o Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN), na Tamarineira.
O objetivo da semana, explica o secretário regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), é mostrar para a população que a ciência e a tecnologia têm a ver com o dia-a-dia das pessoas. “Para isso, teremos atividades expositivas e interativas que vão esclarecer desde o funcionamento do corpo humano ao desempenho de robôs”, explica Ivan Melo. O professor da UFPE lembra que o evento foi sugerido pela SBPC ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que criou oficialmente a semana através de decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado no Diário Oficial no dia 9 de junho.
Além da programação nos pólos, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia contará com feiras de ciências em oito municípios do interior – Garanhuns, Petrolina, Itambé, Limoeiro, Afogados da Ingazeira, Belém de São Francisco, Caruaru, Surubim – e Camaragibe, no Grande Recife. Nesses nove locais, além de duas escolas do Recife – Oliveira Lima e Martins Júnior – as atividades ocorrerão nos Centros de Referência em Ciências, estabelecimentos de ensino dotados de laboratórios.
Outra atividade paralela que pretende ampliar o alcance do evento será realizada por seis das 38 instituições parceiras do evento, que abrirão suas portas ao público de amanhã até sexta-feira. Uma delas, o IPA, colocará à disposição dos visitantes seus laboratórios de pesquisa. A intenção do IPA é mostrar as tecnologias geradas e adaptadas na área de agropecuária. De terça a quinta-feira, das 14h às 17h, mostrará os laboratórios de Análise de Plantas e Rações, Fertilidade do Solo e de Produção de Insetos Controladores de Pragas, além do Herbário Dárdamo de Andrade Lima.
O público que comparecer ao IPA terá ainda a oportunidade de visitar unidades demonstrativas de biodiesel, criação de peixes em tanques-rede, galinha de capoeira melhorada, caprinocultura e produção de hortaliças orgânicas. O IPA promoverá também um circuito de 15 palestras – cinco por dia –, gratuitas, sobre temas relacionados ao agronegócio – aproveitamento dos resíduos orgânicos, criação de camarão de água-doce, sorgo granífero e plantas medicinais.
Verônica Falcão
Jornal do Commercio de 17.10.2004
