Servidores e estudantes querem autonomia da UPE – Publicada em 03.07.06
A luta de estudantes e servidores dos hospitais da Universidade de Pernambuco (UPE) não se encerrou com a inauguração do Pronto-Socorro Cardiológico, na última quinta-feira. Eles afirmam que continuarão atentos ao funcionamento pleno do Procape e defendem financiamento seguro para o novo hospital e o Oswaldo Cruz, que está perdendo o setor de cardiologia.
“Nossa luta, que era pela abertura do pronto-socorro, vai continuar para que ele entre em funcionamento plenamente e que seja reconstituído o financiamento do Oswaldo Cruz”, diz Mariane Sabino, coordenadora do Diretório Acadêmico de Medicina. A representante dos estudantes defende o crescimento do Oswaldo Cruz não só para garantir melhor assistência à população, mas para formar profissionais.
Hospital de ensino reconhecido pelos Ministérios da Educação e Saúde, o Huoc é campo de estágio para graduandos e formados que fazem cursos de residência. Em 2004 e 2005, a unidade enfrentou desabastecimento geral, que levou à restrição de internamentos. Evitar crise parecida e a reprodução dela no Procape é a meta dos movimentos estudantil e de servidores.
“Esse risco só será eliminado quando a Universidade de Pernambuco tiver autonomia financeira. E nosso objetivo é lutar por ela”, explica Flávio Bastos, presidente da Associação dos Servidores da UPE. O objetivo é garantir, em lei, que a universidade tenha no mínimo 5% da arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para investir nas duas faculdades e nos três hospitais universitários (além do Procape e do Huoc, há o Centro de Saúde Amaury de Medeiros). “O Estado só paga hoje a folha de pessoal”, alega Bastos. Na Paraíba, segundo ele, já existe lei que garante recursos do ICMS para a universidade estadual. “Enquanto o Estado não tomar consciência de que a verba do SUS não é suficiente para manter hospitais universitários, em menos de um ano o Procape poderá enfrentar os mesmos problemas do Oswaldo Cruz”, avalia.
Bastos quer saber também se o Oswaldo Cruz será ressarcido pelos materiais que está cedendo ao Procape para os primeiros dias de funcionamento.
Fonte: Jornal do Commercio publicada em 02.07.2006