Servidor ameaça fazer greve geral – 18.03.2006

Governo do estado retoma o discurso político, se diz disposto a negociar e marca reunião para segunda-feira

No dia em que os servidores estaduais prometiam generalizar a greve em todos os setores por causa da retirada dos Planos de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCVs) de tramitação na Assembléia Legislativa de Pernambuco, o governo conseguiu acalmar os ânimos dos grevistas. Em uma longa negociação entre a Secretaria de Administração (Sare), a Central Única de Trabalhadores (CUT) e representantes sindicais, o governo retomou o discurso político e se disse disposto a dialogar. Porém, a decisão de reenviar ou não os projetos para a Assembléia Legislativa e de avançar em pontos reivindicados pelos servidores só será anunciada na segunda-feira, às 15h, em nova reunião.

  Por enquanto, o clima entre os servidores é o de aguardar o desfecho, mas, se não houver acordo, a expectativa é de greve geral já no início da semana até, pelo menos, o final do mês. Os PCCVs eram relativos aos funcionários da Saúde, Defesa Social, Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran) e Universidade de Pernambuco (UPE).

  Segundo o secretário de Administração, Maurício Romão, os projetos foram retirados de tramitação por causa da pressão dos servidores para que fossem criadas emendas aos projetos. “Não houve tempo hábil para entrar em consenso com as categorias antes de enviar as proposições, então, já que elas não foram aprovadas, resolvemos retirá-las para discutir”, afirmou. Ontem, com a perspectiva de acordos, pelo menos o Sindicato dos Servidores de Pernambuco (Sindserpe) e a UPE entregaram propostas de modificações. Outros sindicatos farão o mesmo durante o final de semana para que a Sare analise. Mas, segundo Romão, pouca coisa deve mudar.

Projetos – O secretário informou, por exemplo, que a gratificação por tempo de serviço, principal reivindicação da maioria das categorias, como a Saúde, não vai entrar em vigor em 2006, como queriam os servidores. Ele disse, também, que nenhum reajuste poderá ser concedido acima de 10%, número considerado insuficiente pelos trabalhadores, e que, mesmo esse quantitativo não poderá ser concedido em parcela única, mas em duas vezes. O que poderia mudar de fato seria o acordo de fixar datas nos projetos para negociar outros itens.

  Segundo o presidente da CUT, Heleno Araújo, as categorias precisam que os PCCVs sejam criados, mas se não houver avanço, a CUT vai propor greve geral, pelo menos até o final de março, com ampla mobilização contra o governo Jarbas.

Segundo o Sindserpe, o governo gasta hoje 42,4% do orçamento com folha de pagamento, mas poderia ampliar para 46,55% (acréscimo de mais de R$ 200 milhões) sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. (Fonte: Diário de Pernambuco – 18/03/2006)

Tonny
Author: Tonny

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