Risco à vida marinha e à saúde da população é real, destacam palestrantes durante evento organizado pelo Fórum de Entidades da UPE

Painel “UPE de Olho no Petróleo: Impactos Socioeconômicos, Ambientais e na Saúde” foi realizado na manhã da terça

“Essa é uma tragédia que não pode ser minimizada. Ela tem impactos sérios para o meio ambiente, para a saúde das pessoas e para a economia, que podem perdurar por anos”. A afirmação foi feita pela pesquisadora Lia Giraldo (UPE/FIOCRUZ), durante o painel “UPE de Olho no Petróleo: Impactos Socioeconômicos, Ambientais e na Saúde”, realizado na manhã da terça-feira (12/11/2019), na quadra de Esportes da Escola Superior de Educação Física (ESEF/UPE).

O evento foi organizado pelo Fórum de Entidades da UPE, formado pelas representações dos segmentos dos docentes, dos estudantes e dos servidores da Universidade de Pernambuco (Adupe, Sindupe e DCE), com o objetivo de inserir a comunidade universitária nos esforços para a superação dos problemas decorrentes da poluição que atinge o litoral nordestino, provocada pelo derramamento de óleo cru de petróleo, ainda de origem desconhecida.

Além de Lia Giraldo, o painel contou como expositores o secretário estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti e o professor Clemente Coelho (ICB/UPE). Também integraram a mesa o presidente da Adupe, Luiz Oscar Cardoso Ferreira e a Vice-Reitoria da UPE, Maria do Socorro de Mendonça Cavalcanti.

Ao abrir o evento, Luiz Oscar destacou que o desastre ambiental e suas conseqüências precisam ser discutidas no ambiente universitário, daí a razão do esforço do Fórum das Entidades da UPE para a concretização do Painel de debates. “É nosso papel debater e encontrar alternativas no sentido de minimizar os problemas trazidos por essa tragédia e cobrar das autoridades competentes as medidas cabíveis”. Pontuou. O Dirigentes colocou o Departamento Jurídico da Adupe à disposição, caso essas medidas não sejam adotadas administrativamente pelas autoridades.

Em seguida, o secretário José Bertotti afirmou que o Governo Federal vem tratando essa tragédia com descaso. “As primeiras manchas de petróleo foram detectadas ainda em agosto mas somente em outubro foram adotadas algumas medidas, e mesmo assim após exigência do Ministério Público”. Disse. Para o Secretário do Meio Ambiente, a sociedade precisa cobrar do Presidente da República. “Já são três tragédias em que a omissão do governo fica evidente, o rompimento dos rejeitos de mineração em Brumadinho, as queimadas na floresta amazônica e esta do petróleo no mar do Nordeste”.

Gravidade – Falando sobre os riscos decorrentes do acidente, o professor Clemente Coelho destacou que o maior problema é o óleo que afundou e vem sofrendo reações físico-químicas, liberando poluentes que deixam em risco os peixes e crustáceos, os manguezais e as pessoas. “Os pescadores, sem outra alternativa, estão se alimentado de pescados contaminados”. Afirmou.

De acordo com Lia Giraldo, todo o ecossistema marinho está contaminado. “Além da flora e da fauna marinhas, toda a população costeira, pescadores, marisqueiras, trabalhadores das praias, turistas e consumidores de peixes e frutos do mar estão suscetíveis à contaminação”. Alertou.

A pesquisadora denunciou que a população está desinformada quanto aos riscos causados pelo petróleo derramado, pois não houve nenhuma preocupação dos órgãos governamentais quanto a isso. “Precisamos colocar em prática um sistema de acompanhamento dessas populações”. Enfatizou, cobrando ainda dos governos federal, estaduais e municipais a declaração de “Estado de Emergência em Saúde Pública”.

Em sua fala, a Vice-Reitora Socorro Cavalcanti destacou que a Universidade de Pernambuco está integrada às ações que vêm sendo desenvolvidas em parceria com outras instituições de forma a minimizar as consequências do desastre e acrescentou que a UPE está à disposição da Secretaria do Meio Ambiente.

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Author: comunicacao

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