RESPOSTA À DEFENSORIA DAS DUAS DAMAS – Publicada em 14.08.06
* Roberto Burkhardt
Respondendo a carta intitulada “duas damas”, publicada no site da chapa “Ética e transparência”, ressalto meu respeito pelas companheiras Fátima, Cecile, Rejane e Maria José, o que não me impede dizer que as mesmas estão equivocadas. É injusta a acusação de que me escudei na credibilidade do saudoso camarada Paulo Cavalcanti. As companheiras, que fazem parte da academia, não podem ignorar que é lícito o uso de citações desde que o autor seja nomeado.
Como minha intervenção poderia ser considerada “despolitizada” se estou defendendo, abertamente, uma posição política e ideológica perfeitamente clara? Quais são os termos que poderiam ser catalogados de “grosseiros”? Ou será, ainda, que a defensoria das “damas” quer esconder sob esses adjetivos a dificuldade que têm para aceitar o desagrado que causa a constatação da verdade?
Desafio as companheiras a demonstrar a falsidade das minhas argumentações, já que o “falso” está inserido em dois documentos, duas cartas abertas à comunidade assinadas por Armando/Molina e Veranice/Maria Auxiliadora acusando Emanoel Dias, sem nenhuma prova comprobatória, de má administração, desmando, desonestidade, truculência e traição. É de admirar que os acusadores de hoje estiveram sempre junto à administração durante oito anos e nada denunciaram.
Concordo quanto aos méritos de Veranice, uma das “damas”, pelo seu reconhecido compromisso com o social. Só discordei da sua aliança com uma chapa cujo titular tem outra linha ideológica. Há aí uma busca de espaço pessoal?
A outra “dama”, Maria Auxiliadora, identificada com determinada corrente oposta à representada pelo professor Armando, também nega os princípios que dizia defender ao se aliar com ele.
Alerto à defensoria que procure tomar conhecimento dos fatos acontecidos na ADUPE, para não cometer injustiças colocando, numa só pessoa, os méritos de ações que foram desencadeadas e conquistadas pelo coletivo.
A ação trabalhista iniciada cerca de dez anos atrás, vitoriosa e paga por precatório, foi levada ao tribunal durante a presidência de Rinaldo Cardoso passando pela minha gestão e a da professora Auxiliadora. Portanto, houve um trabalho jurídico em três diretorias, não cabendo individualizar o mérito.
Quanto ao aumento linear, houve uma ação conjunta, incluindo a Reitoria, para conquista do mesmo.
O plano de cargos e carreira mereceu um período de discussão no qual a profa. Maria Auxiliadora desempenhou um papel importante, mas, só foi concretizado na gestão do professor Railton Bezerra com a boa atuação da professora Kátia Vergueiro, no decorrer de uma greve coordenada pela CUT que forçou o governo a encaminhar o plano para aprovação na assembléia que assim o fez. Vale ressaltar que o plano será implantado a partir de fevereiro de 2007.
Para finalizar aconselho à defensoria escolher um tratamento mais adequado para as companheiras docentes, vez que “dama”, usado pela aristocracia e sobrevivendo nas colunas sociais, desqualifica a imagem de mulheres militantes, filhas da classe trabalhadora, como Veranice e Auxiliadora.
*Roberto Burkhardt é Diretor Sindical da Adupe