Professores da UPE aprovam continuidade da greve

Decisão foi tomada na assembleia realizada na manhã desta sexta-feira

A greve continua. Esta foi a decisão aprovada pelos professores da Universidade de Pernambuco (UPE) durante assembleia da categoria realizada na manhã desta sexta-feira (11/11).

A assembleia ocorreu no auditório da Faculdade de Enfermagem Nossa Sra. das Graças (FENSG-UPE), campus Santo Amaro, em Recife, e contou com a presença de 108 professores.

O entendimento da maioria dos docentes é que as questões que motivaram a greve decretada na assembleia do dia 28 de outubro continuam as mesmas.

Entre os motivos para a tomada da decisão estão as condições salariais dos docentes, que há dois anos estão sem reajuste nos vencimentos, a Dedicação Exclusiva como regime de trabalho, além da Proposta de Emenda à Constituição 55 (ex PEC 241), que congela os gastos públicos nos próximos vinte anos e a Medida Provisória 746, que reforma Ensino Médio.

Em nível nacional, os professores da UPE se alinham à luta dos movimentos sociais, que exigem o arquivamento das propostas de reforma do governo Temer, que claramente representam perdas para os trabalhadores e para a saúde e a educação públicas.

Como pauta específica, a categoria cobra do governo do Estado a reposição das perdas salariais, que já somam 20,18%, ganho real de 3,5%, totalizando 24,38% (O último reajuste salarial dos docentes da UPE foi de 6%, em junho de 2014) e a conversão da gratificação de dedicação exclusiva em Regime de Trabalho.

Também foram contestadas durante a assembleia de hoje a proposta de reforma da previdência (aumenta a idade mínima para aposentadoria para 65 anos, para homens e mulheres do setor público e da iniciativa privada) e a reforma Trabalhista (propõe como regra que o que for negociado entre sindicatos e patrões valha mais do que os direitos adquiridos na CLT).

SOBRE A GREVE – Iniciada no dia 28 de outubro, a greve dos professores da UPE vem ganhando corpo a cada dia. Estão parados os campi de Petrolina, Caruaru, Mata Norte, Palmares e Garanhuns, além da Faculdade de Enfermagem Nossa Sra. das Graças, Instituto de Ciências Biológicas, Escola Superior de Educação Física e o Curso de Saúde Coletiva da FCM.

O objetivo do movimento é sensibilizar o governo do Estado não somente para a pauta específica dos docentes, mas também quanto aos graves problemas estruturais que acometem a universidade.

Durante a assembleia desta manhã, professores dos diversos campi da UPE fizeram relato dessas dificuldades, que passa pela falta de material de expediente, falta de material de laboratório, além das deficiências estruturais e falta de pessoal.

Além da continuidade da greve, também foram aprovados o apoio integral aos movimentos de ocupação que ecoam pelos pais em protestos contra as reformas e a adesão à paralisação nacional convocada pelas centrais sindicais para o dia 25 deste mês.

Ficou decidido ainda que a Direção da Adupe e o Comando de Greve farão avaliação constante do movimento.

Sobre as reformas:

PEC55 (ex-241): A Proposta de Emenda Constitucional 55(ex-241) congela em 20 anos o orçamento para os serviços públicos, entre eles saúde e educação, assim como salários e carreira de servidores públicos. Se esta PEC estivesse sido aprovada há 20 anos, o salário mínimo seria de R$ 400 hoje.

A Medida Provisória 746 da Reforma do Ensino Médio que pretende tirar do currículo escolar disciplinas importantes para a formação da juventude, como educação física, artes, sociologia e filosofia e permitirá que qualquer profissional “notório saber” poderá ensinar sem que, necessariamente seja professora ou professor!

Veja mais imagens da assembleia em nossa fanpage

Tonny
Author: Tonny

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