O CASO EU CONTO COMO O CASO FOI – Parte II – Publicado em 07.08.2006
*Roberto Burkhardt
A Chapa Armando/Molina, denominada inadequadamente de “Ética e Transparência” criou um informativo, segundo eles, com o propósito de “divulgar as ações da campanha e promover debates e divulgar propostas”. Na busca desesperada para conseguir apoio a qualquer custo, desde que as grandes forças organizadas e as mais expressivas lideranças declararam apoio à chapa Calado/Reginaldo, acolheu na sua página um documento antiético, produto de falsas lideranças que usam o nome pomposo de “Coletivo Autônomo e independente da UPE”.
As professoras Josefa Veranice Alves e Maria Auxiliadora Campos assinam o documento denominado “Carta Aberta a Comunidade da UPE”. Mais adiante comentarei o conteúdo dessa falaciosa “Carta”, já que atuo no movimento como diretor de articulação e formação sindical da Adupe. Antes, quero dizer que em mais de cinqüenta anos de militância política nunca vi tanta mentira num só documento, por isso sinto-me na obrigação de contestá-la, pois sou responsável pela formação de futuros quadros que passarão a assumir a liderança da luta da classe trabalhadora em defesa da ética, da justiça e da verdade.
Em seu início, o documento tenta justificar o apoio do dito coletivo pela “coragem que tiveram esses candidatos (Armando/Molina) de romperem com o poder vigente”. Precisa-se aqui conceituar o significado de “coragem”, que não é atributo do prof. Armando no âmbito político. Precisa-se, também, deixar claro com qual poder o prof. Armando diz ter rompido, já que a UPE está inserida no conpost_content do Estado.
No processo de construção da chapa “Avanço e Autonomia”, democraticamente construída, os nomes colocados eram os do prof. Armando e do prof. Reginaldo, respectivamente pré-candidatos a Reitor e Vice. Essas discussões se processavam com a participação de lideranças representativas da ADUPE; SINDUPE, AFHUOC, DCE, Diretores das Unidades e Reitor, vez que se pretendia uma composição a mais ampla possível, garantindo a unidade tão duramente conquistada quando da luta contra a privatização. Discutia-se o nome do candidato à Reitor colocando-se o do Prof. Armando, considerado “candidato natural”, tese equivocada, pois candidatos naturais só cabem no regime monárquico. A retirada do nome do prof. Armando da discussão deveu-se à posição assumida pela maioria após concluir que o pré-candidato não atendia aos pré-requisitos estabelecidos, como é natural em qualquer processo eleitoral. O Prof. Armando não teve a coragem de romper. Ao contrário, demonstrou até aceitar qualquer condição para figurar como candidato. Não demonstrou “coragem” na sua atitude. Ele não rompeu. Foi recusado. Durante os oito anos que o Prof. Armando esteve como Vice-Reitor nunca protestou, nunca denunciou as irregularidades que diz existirem, já que referenda a carta em questão.
Sobre a “coragem” do prof. Molina não vale a pena tecer muitos comentários. Basta dizer que, até poucos dias atrás, o mesmo ocupou cargo de confiança na atual gestão, colaborando com o “poder vigente”. Só teve a “coragem” de romper quando não conseguiu apoio para candidatar-se a diretor da FCM. Nunca vimos qualquer forma de protesto da sua parte, nem sequer uma contestação ao ser acusado, pela Profa. Veranice, de ausente e incompetente na gestão como Vice da mesma no CISAM.
Se é “coragem” fazer críticas improcedentes e mentirosas, que só contribuem para desacreditá-los, concordo plenamente com a outorga do adjetivo “corajosos” aos candidatos da chapa “Ética e Transparência”.
Após desmascararmos a pretensa justificativa, injustificável, quanto ao apoio do “Coletivo”, que não vai muito além das Professoras Veranice e Maria Auxiliadora à chapa “Ética e Transparência”, passaremos a rebater as acusações inconsistentes e inconseqüentes:
– “Centralização das decisões”
A prática do Reitor reconhecida por toda a comunidade, sempre foi a de reunir Pró-reitores, Diretores, lideranças representantes dos três segmentos para discutir encaminhamentos e tomadas de decisão. Temos, também, o Conselho Universitário que representa a instância máxima de aprovação. Como dirigente que foi da ADUPE, a Profa. Maria Auxiliadora, uma das duas signatárias da carta em questão, que sempre esteve presente nos fóruns e nas discussões promovidas pela Reitoria, jamais poderia compactuar com a mentira da “centralização das decisões”. E, caso tivesse ocorrido, por que passou mais de doze anos à frente da ADUPE sem denunciar? … Prova de coragem?
-. “Desmobilização do CONSUN”
A Profa. Josefa Veranice, signatária e principal construtora da falaciosa carta, como é da sua prática, para questionar a centralização das decisões teria que falar da desmobilização do CONSUN sem considerar o testemunho das atas, dos diretores e dos membros que o compõem. Talvez não conheça bem o funcionamento desse Conselho, já que, conforme a lista de presença e as atas constata-se que pode ser chamada facilmente de “faltosa”. Sua ausência é comentada pela maioria dos seus pares.
* Roberto Burkhardt é Diretor Sindical da Adupe