Governo mantém reajuste de 4% mas aceita discutir demais pontos da pauta
Discussão específica da pauta da Adupe ocorreu ontem pela manhã.
Durante reunião na manhã de ontem (19), na Secretaria de Administração, o secretário executivo de pessoal do Estado, Antônio Cabral, reafirmou aos dirigentes da Adupe que o governo manterá a sua proposta inicial, de reajuste linear de 4% para todos os servidores do Estado. De acordo com Cabral, as exceções ficam para os policiais e professores da rede estadual.
“O que temos a apresentar de concreto, neste momento, é o reajuste de 4% no salário base, a partir de setembro. No entanto, no caso dos professores da UPE, é possível, sim, construirmos algo além desse percentual. Vamos continuar discutindo os demais pontos da pauta”, disse.
A posição do governo foi duramente criticada pelos dirigentes da Adupe. O presidente da entidade, Carlos Lago, disse reconhecer os avanços no diálogo entre a Universidade e o Governo nos últimos quatro anos. “O Plano de Cargos, por exemplo, representou um importante avanço. Mas é preciso que o governo cumpra o compromisso assumido no ano passado, de concluir sua implantação ainda este ano”. Cobrou.
“O Discurso do governo tem sido o de que a UPE é estratégica. Se isso é fato, tem que haver ações concretas, por parte do governo, para que a qualidade da universidade não venha a cair. E não dá para falar em qualidade com um professor recebendo salário de 2 mil reais”. Ponderou o vice-presidente da Adupe, Itamar Lages,
Na mesma linha, o diretor sindical da entidade, Sérgio Galdino disse que a UPE pode ser propulsora do desenvolvimento do estado, mas que, para que isso ocorra, é preciso que o governo invista na universidade e no seu capital humano.
AVALIAÇÃO – Itamar lembrou que, em 2016, o Ministério da Educação fará a avaliação de todas as universidades e que aquelas que não alcançarem os novos índices estabelecidos pelo órgão perderão o status de universidade.
Segundo Lages, a persistir essa política de desvalorização do docente a UPE vai continuar perdendo professores altamente qualificados e, consequentemente, será cada vez mais subavaliada. “Somente nos últimos três anos, mais de 60 professores trocaram a UPE por outras instituições em busca de melhores salários e condições de trabalho”.
O dirigente pontuou as prioridades das quais o sindicato não abre mão, lembrando que o atendimento dos pleitos foi compromisso assumido pelo governo no ano passado: Inclusão da Dedicação Exclusiva na carreira docente; aumento gradativo do número de professores com DE, de modo com que, em 2015, esse número chegue a 50% do quadro de professores; promoção (para a classe de Professor Associado) dos professores adjuntos que se qualificaram para tal; por último, a melhora na base salarial.
Presidente na reunião da SAD, o secretário executivo de Ciência e Tecnologia, Luciano Moura, reafirmou o apoio de sua pasta aos pleitos da Adupe. “Há pontos da pauta que precisam ser atendidos agora. Do contrário, persistirá a evasão de professores”.
PRÓXIMOS PASSOS – Como encaminhamento da reunião na SAD, a Adupe fará, já na próxima semana, reuniões técnicas com a Gerência de Políticas de Pessoal do Estado. O objetivo é obter os cálculos financeiros da implantação das reivindicações feitas pelo sindicato. Esses cálculos são importantes para subsidiar as próximas reuniões com a Secretaria de Administração.