Golden Cross descredencia laboratórios
A operadora Golden Cross descredenciou os serviços de cinco laboratórios de análises clínicas e uma clínica de imagem em Pernambuco. Com o desligamento em bloco dos prestadores de serviços cerca de 20 mil usuários da operadora só terão a opção de atendimento nos laboratório Gilson Cidrim (análises clínicas) e Dilab (medicina nuclear). O descredenciamento foi feito antes da comunicação aos clientes e já está provocando dificuldade na marcação de exames. A Associação de Defesa dos Usuários de Planos de Saúde (Aduseps) vai entrar com uma ação civil pública na Justiça estadual para obrigar a operadora garantir o mesmo padrão de atendimento.
A pensionista Luci Moreira, de 80 anos, recebeu ontem à tarde uma carta da Golden Cross comunicando sobre o descredenciamento dos laboratórios Lapac, Liac, Rildo Saraiva, Cerpe, Diva Montenegro e da clínica de Medicina Nuclear do Recife. Ela paga R$ 800 de mensalidade e ficou surpresa com o desligamento dos serviços. De acordo com Margareth Moreira, filha de dona Luci, é um absurdo pagar uma mensalidade cara e não ter direito a uma melhor rede de serviços. Na correspondência, a operadora avisa que os serviços serão mantidos até o próximo dia 30 deste mês.
A coordenadora jurídica da Aduseps, Marta Lins, argumenta que os usuários já estão com dificuldade de atendimento. Segundo ela, várias pessoas procuraram a Aduseps ontem para reclamar da negativa na marcação dos exames pelos laboratórios descredenciados. A advogada destaca que o laboratório Gilson Cidrim só possui uma unidade no Recife e nos municípios de Jaboatão, Olinda, Camaragibe e Cabo. Ela argumenta que a operadora desligou os prestadores de serviços e só depois comunicou aos consumidores.
Diante do grande número de queixas dos consumidores da Golden por deficiência no atendimento, a Defensoria Pública vai realizar uma audiência pública no próximo dia 7 de novembro, às 14h. Foram convidados os representantes da operadora e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para explicar o desligamento dos laboratórios. Adefensora pública, Cristina Sakaki, explicou que a Lei nº 9656 (planos de saúde) obriga as operadoras informarem com 30 dias de antecedência aos consumidores sobre o desligamento dos serviços. “A substituição deve ser feita em iguais condições”, avisa.
Através de nota da assessoria de Imprensa, a Golden Cross confirmou que vai participar da audiência pública na Defensoria, mas não explicou os motivos do descredenciamento em bloco dos laboratórios. A ANS informou que não foi notificada pela Golden sobre a interrupção dos serviços nas seis unidades. De acordo com a assessoria da ANS, a agência só poderá agir nestes casos após a notificação.