Gestão administrativa da UPE é questionada – Publicado em 02.09.2005
A gestão administrativa e financeira da Universidade de Pernambuco (UPE) foi discutida, ontem, em audiência pública, promovida pela Comissão de Educação e Cultura da Alepe. A iniciativa partiu do deputado Sílvio Costa (PMN), que acusa a administração da UPE de desviar recursos públicos, nos anos de 2001 e 2002. Vários deputados, porém, defenderam a instituição das acusações e prestaram solidariedade ao reitor, Emanuel Dias. Alunos, funcionários e professores da entidade também lotaram o Plenário da Casa Joaquim Nabuco.
Sílvio Costa informou que consta nos relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE), ao todo, 62 irregularidades referente às contas da UPE. Ele também questionou o fato de o Instituto de Apoio à Universidade de Pernambuco (Iaupe) ser uma empresa privada e funcionar nas dependências do órgão, que é público.
Costa acrescentou que, ao longo dos seis anos de criação do instituto, foram firmados inúmeros contratos e convênios com a universidade, envolvendo milhões de reais, sem que tenha havido processo licitatório. “Minha função como parlamentar é fiscalizar os recursos transferidos à UPE. As explicações do reitor aos meus questionamentos não me convenceram”, afirmou.
O deputado Antônio Moraes (PSDB) discordou. Para Moraes, Sílvio não possui provas que atestem as irregularidades. “É função do parlamentar fiscalizar o Poder Executivo e as administrações direta e indireta, mas, também, é dever do deputado não acusar sem provas”, defendeu.
Para a vice-presidente do colegiado, deputada Teresa Leitão (PT), como as contas ainda não foram julgadas pelo TCE, “não cabe esse tipo de acusação”. As deputadas Jacilda Urquisa e Aurora Cristina, do PMDB, e o deputado Geraldo Coelho (PFL) também mostraram solidariedade a Emanuel Dias.
O reitor lamentou a forma como a UPE foi atingida. “Não é assim que se faz política. Estou tranqüilo para responder a qualquer problema relacionado à universidade. O TCE fez uma auditoria, um procedimento normal. As irregularidades apontadas ainda não foram julgadas”, declarou.
O presidente da Comissão, deputado Roberto Liberato (PFL), considerou o encontro positivo e ressaltou que as explicações do reitor foram suficientes. “Ele se prontificou a apresentar documentos que mostram a movimentação financeira e contábil da universidade”, concluiu. Os deputados Nélson Pereira (PCdoB) e Maviael Cavalcanti (PFL) também participaram do encontro.
Fonte: Diário Oficial do Estado – Poder Executivo – 02.09.2005