Fórum Social Mundial terá caráter propositivo – Publicado em 06.01.2005
Mais de 200 salas estão sendo construídas para abrigar as atividades do V Fórum Social Mundial, que ocorrerá entre os dias 26 a 31 de janeiro, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A organização do evento calcula que as obras estarão prontas até o próximo dia 15.
As instalações se espalharão pela Orla do Guaíba e outros pontos da capital gaúcha. Esta é a primeira edição que será realizada fora do parque de eventos da PUC. O novo espaço foi batizado como “Território Social Mundial” .
Este novo projeto de abrigo das atividades do FSM pretende integrar os participantes com a população local. As instalações devem passar pelos armazéns do Cais do Porto (onde serão edificados 18 espaços de 78 metros quadrados, com capacidade para 100 lugares, feitos de alvenaria leve e telhas recicladas), Usina do Gasômetro, Parque da Harmonia e Marinha do Brasil (onde a maioria das instalações será feita de lona), além do campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Ao todo estão sendo construídos 500 espaços que inclui 150 salas e auditórios com 50 mil lugares para sediar as centenas de atividades propostas por milhares de organizações em todo o mundo. Além disso, também estará a disposição cerca 300 tendas que abrigarão feiras, organizações, credenciamento, alimentação e palcos para atividades culturais.
O Caráter do V FSM
A edição do ano de 2005 será marcada pelo caráter propositivo. Ao contrário das quatro edições anteriores, que se detinham em discussões e debates sobre as desigualdades, esta edição pretende apresentar alternativas ao neoliberalismo.
Um Fórum mais participativo
Nesta edição 1.863 entidades definiram através da internet onze Espaços Temáticos. Cada um com um grupo facilitador (GF) que deverá garantir que novas articulações políticas sejam formadas.
Os onze espaços temáticos
01. Afirmando e defendendo os bens comuns da Terra e dos povos – Como alternativa à mercantilização e ao controle das transnacionais
02. Arte e criação: construindo as culturas de resistência dos povos
03. Comunicação: práticas contra-hegemônicas, direitos e alternativas
04. Defendendo as diversidades, pluralidade e identidades
05. Direitos humanos e dignidade para um mundo justo e igualitário
06. Economias soberanas pelos e para os povos – Contra o capitalismo neoliberal
07. Ética, cosmovisões e espiritualidades – Resistências e desafios para um novo mundo
08. Lutas sociais e alternativas democráticas – Contra a dominação neoliberal
09. Paz e desmilitarização – Luta contra a guerra, o livre comércio e a dívida
10. Pensamento autônomo, reapropiação e socialização do conhecimento (dos saberes) e das tecnologias
11. Rumo à construção de uma ordem democrática internacional e integração dos povos
Também foram identificados 5 eixos transversais:
01. Emancipação social e dimensão política das lutas
02. Luta contra o capitalismo patriarcal
03. Luta contra o racismo e outras formas de exclusão baseadas na ascendência
04. Gênero
05. Diversidade
Por Ana Paula Carrion – Agência CUT