Estado oferece 11% de reajuste – Publicado em 18.11.2004

Mais uma vez uma contraproposta salarial apresentada pelo Governo do Estado desagrada a profissionais de saúde não-médicos, que estão em greve há dois dias. Ontem, em negociação com sindicatos e conselhos profissionais, foi oferecido reajuste de 11% no salário-base da categoria. Considerada irrisória pelos sindicalistas, a proposta será avaliada em assembléia, amanhã, às 9h, no Hospital da Restauração (HR). Hoje, o Governo vai entrar com pedido de ilegalidade do movimento, na Justiça.

A coordenadora-geral do Sindicato dos Servidores da Saúde (SindSaúde), Perpétua Rodrigues, está certa de que a oferta de reajuste será rejeitada. “Os trabalhadores não aceitaram a primeira proposta, quanto mais essa, que é muito pior”, disse. Na última sexta-feira, foi oferecido à categoria gratificação de R$ 80 para o nível superior, R$ 40 para o nível médio e R$ 25 para o nível elementar.

Hélio Mel, secretário-geral do SindSaúde, disse que as as propostas do Governo estão aquém das perdas salariais da categoria, estimadas em R$ 75%, de 1995 até abril do ano passado. “Aos médicos foi dado aumento de mais de 100%. A nós oferecem valores bem abaixo do que queremos”, reclamou.

O SindSaúde, que representa 28 mil servidores e comanda a greve, quer elevar o salário-base dos trabalhadores de nível superior de R$ 488 para R$ 1.259, o mesmo conseguido pelos médicos e cirurgiões bucomaxilofaciais, recentemente. Os servidores de nível médio passariam de R$ 181 para R$ 600 e os de nível elementar teriam aumento de R$ 157 para R$ 350.

Segundo Perpétua Rodrigues, o reajuste de 11% oferecido pelo Governo significa aumento de R$ 53 no salário-base do nível superior, R$ 20 no de nível médio e R$ 17,27 no de nível elementar. “Um absurdo. Os níveis médio e elementar continuariam com salário-base abaixo do mínimo do País, que é R$ 260.”

A Secretaria de Administração do Estado informou que o reajuste salarial de 11% traria impacto anual da ordem de R$ 13 milhões nas contas públicas. Já o aumento pleiteado pelos servidores, com índice médio de 170%, implicaria num aumento da despesa da ordem de R$ 182 milhões anuais.

Fonte: Jornal do Commércio – 18.11.2004

Tonny
Author: Tonny

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