Entidades querem criar conselho antiviolência
Representantes de diversas entidades da sociedade civil, amigos e parentes do psicanalista Antônio Carlos Escobar vão criar um conselho para tentar conter a onda de violência no Recife. A medida é uma reação aos crimes ocorridos no último fim de semana, em Boa Viagem. Ontem à noite, dezenas de pessoas estiveram reunidas, no Sindicato dos Médicos de Pernambuco, para definir estratégias da ação e criar uma pauta para cobrar medidas efetivas à prefeitura da cidade e ao governo do Estado.
Hoje, o grupo vai se reunir com o secretário de Defesa Social de Pernambuco, João Braga, e a secretária de Gabinete Civil Lúcia Pontes. O encontro está marcado para as 11h30, no Palácio do Campo das Princesas. No sábado, dia 24, véspera do Natal, os amigos vão fazer uma manifestação no local onde Antônio Carlos Escobar foi morto.
O presidente da Ordem dos Advogados da OAB, Júlio Oliveira,disse que um dos principais objetivos do conselho contra a violência é fiscalizar as estatísticas para cobrar resultados, propor medidas para frear a matança no Estado. Segundo ele, será um fórum constante de mudança.
Na reunião de ontem à noite o auditório ficou pequeno para receber o público. O encontro começou às 21h e durou mais de duas horas. O secretário João Braga foi bastante criticado. “Temos de responsabilizar o Estado por omissão”, defendeu Ricardo Soriano, membro da comissão de Direitos Humanos da OAB.
O presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremepe), Ricardo Paiva, cobrou responsabilidade da prefeitura. “Segurança não é um problema exclusivo do Estado. É de todos nós. A prefeitura não vem fazendo a parte dela. Uma das medidas que poderia ser feita é iluminar melhor as ruas”, destacou. O médico defendeu a criação de um prêmio de solidariedade humana para homenagear Antônio Carlos Escobar já que ele foi morto ao tentar defender, de um assalto, o motorista de um carro que estava à sua frente.
APOIO – A reunião promovida pelos amigos de Antônio Carlos Escobar ganhou o apoio de universidades, parlamentares, parentes de vítimas de violência, da OAB, empresários e de representantes de quase todas as especialidades médicas de Pernambuco.
Fonte: Jornal do Commércio – 21/12/2005