Docentes da UPE apontam distorções no Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos e exigem mudanças
Carreira dos professores da Universidade de Pernambuco foi tema de Audiência Pública realizada na quarta-feira (23/10/2025), na Assembleia Legislativa. Adupe fez defesa enfática da construção de novos instrumentos normativos que possibilitem de fato a valorização da categoria e o fortalecimento da UPE.
Carreira engessada e desmotivadora. Distorções, que na prática, resultam em prejuízos para os professores e professoras e para a própria Universidade. Esta foi a síntese dos depoimentos feitos na manhã da quarta-feira passada(23/10), durante Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) para tratar da reestruturação da carreira docente na Universidade de Pernambuco.
A audiência foi articulada pela frente parlamentar coordenada pelo deputado Gilmar Júnior (PV). Representando a Adupe, a presidente Terezinha Lucas disse que a reestruturação da carreira dos docentes da UPE é inadiável. “Não existe universidade forte com PCCV fraco, desatualizado e injusto. Não é possível continuarmos com 800 professores Adjuntos praticamente impedidos de progredirem para a função de Professor Associado por conta de regras inaceitáveis. Não é possível que uma universidade como a UPE conte com apenas 10 professores Titulares. A criação da função do Professor Titular de Carreira é extremamente necessária”. Protestou a dirigente.
Também presente, o vice-presidente da Adupe, Luiz Oscar Cardoso Ferreira, disse que a união da categoria é fundamental para o sucesso da luta pela reestruturação do PCCV e anunciou que no início do próximo mês a entidade convocará todos os segmentos de professores para o início das discussões internas, no sentido de construir as propostas dos docentes a serem levadas ao Grupo de Trabalho (Reitoria, SAD e Adupe), criado pelo Governo do Estado, incumbido de elaborar a minuta de Projeto de Lei sobre a revisão do PCCV.
Com base nos debates que vêm sendo realizados desde o ano passado, a Adupe tem defendido quatro modificações urgentes: A mudança dos critérios de progressão do professor Adjunto para professor Associado; a criação da função do Professor Titular de Carreira, a correção da defasagem salarial dos atuais Professores Titulares e a revisão da Lei 264, que trata da gratificação dos professores da pós-graduação stricto sensu.
Representando o grupo de professores Associados, o professor Demócrito Miranda disse que as distorções no atual PCCV têm intensificado a perda de professores altamente qualificados para universidades e destacou a necessidade da criação da função de Professor Titular de carreira na UPE.
O Vice-Reitor da UPE, José Roberto Cavalcanti, disse que as diferentes regras estabelecidas ao longo do tempo transformaram o PCCV numa “colcha de retalhos”.
Representante dos Adjuntos, a professora Rejane Ferreira enfatizou a necessidade da mudança dos critérios de progressão de Professor Adjunto para Professor Associado.
O presidente da comissão criada pela UPE para rever o PCCV, Sérgio Campelo, apresentou um panorama da carreira docente na UPE.