Dia de decisão para servidor estadual – 20.03.2006
Resultado de reunião, às 15h, com o secretário de Administração pode mudar rumo da categoria que ameaça greve geral
O dia hoje é de expectativa e tomada de decisões para os servidores estaduais. A categoria está prestes a generalizar a greve para todos os setores, mas uma reunião, às 15h, com o secretário de Administração, Maurício Romão, pode dar novo rumo ao movimento. Antes disso, às 11h, representantes de cinco sindicatos e uma associação se encontram com deputados estaduais da oposição na sede da Assembléia Legislativa (AL) para buscar apoio. Parte dos servidores está em greve porque os projetos de lei dos Planos de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCVs) saiu de tramitação na AL por decisão do governo do estado, que fez alterações no documento e pretende apresentá-las hoje à categoria. Sem acordo, a possibilidade de greve geral é forte.
Enquanto a saúde está em greve por tempo indeterminado, a UPE está paralisada pelo menos até amanhã, quando haverá nova assembléia. No caso da saúde, os servidores ficarão concentrados em frente ao Bandepe da Avenida Rio Branco, Marco Zero, em vigília. Se não houver avanços, deve ser anunciada greve sem prazo para terminar. Quanto à Polícia Civil, a decisão de entrar na paralisação deve ser tomada às 17h, depois do encontro com o secretário Maurício Romão.
Caso seja deflagrada greve a partir de amanhã, nas delegacias os plantões ficarão resumidos a registrar os flagrantes. No IML, os legistas pretendem intercalar as necropsias a cada 24 horas, suspendendo os serviços no mesmo intervalo de tempo. Apenas os flagrantes para exames traumatológicos e sexológicos serão realizados.
Segundo o governo, os projetos foram retirados de tramitação por causa da pressão dos servidores estaduais na AL para que fossem criadas emendas aos documentos. Os PCCVs são relativos aos funcionários da Saúde, Defesa Social, Detran e Universidade de Pernambuco (UPE). Durante o final de semana, os sindicatos enviaram ao governo propostas de modificações nos projetos.
Segundo Romão, a principal reivindicação maior parte das categorias, a gratificação por tempo de serviço, não vai entrar em vigor este ano, comoquerem os servidores. Ele disse, também, que nenhum reajuste poderá ser concedido acima de 10%, número considerado insuficiente pelos trabalhadores, e que, mesmo esse quantitativo não poderá ser concedido em parcela única, mas em duas vezes. O que pode mudar é o acordo de fixar datas nos projetos para negociar outros itens. De acordo com Renilson Oliveira, do Sindserpe, o governo gasta hoje 42,4% do orçamento com folha de pagamento, mas poderia ampliar para 46,55% (acréscimo de mais de R$ 200 milhões) sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. (Fonte: Diáriao de Pernambuco – 20/03/2006)