Consun aprova novo modelo de gestão para os hospitais da UPE
Não obstante os investimentos anunciados pelo governo no bojo da mudança, por principio, a Adupe se posicionou contra o fim da eleição direta para escolha dos dirigentes
Em reunião realizada no dia 31 passado o Conselho Universitário da UPE aprovou o novo modelo de gestão para os hospitais vinculados à Universidade (HUOC, CISAM e PROCAPE).
O novo modelo altera a forma de escolha dos dirigentes dos hospitais, que até aqui são eleitos pelo voto direto dos servidores e alunos. Com a mudança, será criado o Complexo Hospitalar, que reunirá as três unidades de saúde.
O Complexo hospitalar terá um Conselho de Administração, responsável pela definição de políticas e metas dos hospitais. O Conselho de Administração será constituído por quinze membros, onze dos quais com direito a voz e voto. Desses últimos, seis são internos e cinco externos à UPE.
O Conselho Universitário definirá os critérios necessários para escolha do Superintendente do Complexo Hospitalar e dos Gestores Executivos das unidades de saúde.
Esses quatro membros serão escolhidos por um “Comitê de Busca” mediante critérios a serem estabelecidos pelo Conselho Universitário. A intenção é contratar profissionais especialistas em administração hospitalar, os quais devem executar a administração/gestão, mediante um plano de metas. Superintendente e Gestores Executivos poderão ser demitidos mediante voto de desconfiança do Conselho de Administração.
A proposta da Reitoria está apoiada em ofício da Secretaria de Ciência e Tecnologia (clique aqui e conheça a íntegra), através do qual o Governo do Estado, por meio do secretário Marcelino Granja, assegura investimento nos hospitais e na Universidade. Essas medidas e a abertura de concurso público para contratação de servidores (leia matéria abaixo) foram bastante divulgadas na imprensa no final de semana passado (02/05).
De fato, considerando o que foi aprovado, não haverá interferências de nenhuma empresa, tal como as Organizações Sociais ou como a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, criada pelo Governo Federal. Todavia, o choque de gestão desde já instalado exigirá muito dos integrantes da UPE para que as instituições hospitalares sejam fortalecidas nesse processo. Há de se considerar, ainda, que o modelo em vigor, configurado a partir da eleição direta dos dirigentes, continua até que se cumpra o mandato dos atuais gestores. Nesse sentido, uma questão fundamental a ser resolvida é como os atuais diretores serão integrados ao processo ora aprovado.
Não obstante os benefícios anunciados, os quais são importantes e necessários para a melhoria do desempenho dos hospitais, a ADUPE apresentou posição contrária à proposta, uma vez que a mesma foi apresentada em bloco, um pacote que incluía em seu bojo, a perda de uma conquista histórica para a UPE: a eleição direta de seus dirigentes, não possibilitando, portanto, a análise em separado de seus elementos.