CARTA À COMUNIDADE DA UPE – Publicada em 24.08.2006

Carta à comunidade da UPE

A UPE demonstrou uma resistência efetiva à política de privatização conduzida pelo governo Jarbas/Mendonça nestes últimos oito anos. Resistência esta promovida a partir das mobilizações dos estudantes, professores e servidores, que utilizando suas organizações (DCE, ADUPE e SINDUPE) desenvolveu um movimento que barrou a transformação da UPE em Organização Social e impediu o aumento de mensalidades em 400%, como queria impor o governo Jarbas no seu primeiro mandato.

Até o ano passado (2005), estabeleceu-se na discussão das entidades de representação dos três segmentos da UPE com a atual reitoria uma negociação com o Governo do Estado em torno de um projeto de autonomia universitária que consagraria a autonomia político-administrativa da UPE. Este projeto garantiria também financiamento público e estatal, acabando com a vergonhosa cobrança de mensalidade que vigora na UPE.

Hoje, vivemos um momento decisivo para o futuro da UPE com as eleições diretas para Reitor e Vice-Reitor. Constatamos que o processo de construção das candidaturas terminou colocando em segundo plano os debates que vinham sendo acumulados e que pautavam nossas lutas e reivindicações.

Qual postura política atende às necessidades de luta pela UPE hoje?

É preciso trazer o foco do debate eleitoral para nossas reivindicações históricas, como a efetiva responsabilização do Governo do Estado com o financiamento da nossa universidade e a retomada das negociações para a aprovação do Projeto da Autonomia da UPE, garantindo de vez a gratuidade e políticas efetivas de acesso e permanência (assistência estudantil).

Ao mesmo tempo, está em tramitação no Congresso Nacional o projeto de Reforma Universitária que legaliza as fundações de “apoio” e a cobrança de taxas e de cursos de pós-graduação, colocando em xeque varias conquistas e necessidades da universidade brasileira, como a eleição direta nas Instituições de Ensino Superior (IES) e a isonomia de seu financiamento. Que candidatura a Reitor tem se posicionado sobre essas questões?

Além disso, é necessário deixar claro o papel que queremos para nossa universidade: traçar todas as nossas ações, não somente no ensino – mas também na pesquisa e na extensão – referenciadas nas necessidades do povo, e nesse sentido é preciso lutar pela abertura de concurso público para docentes e técnico-administrativos.

Por tudo isso, lançamos alguns questionamentos para o debate com a comunidade da UPE e dirigidos aos candidatos, para superarmos o debate meramente eleitoral:

Candidato para quê?

Para questionar esse projeto de reforma universitária ou se omitir diante deste debate nacional?

Para discutir a existência do próprio IAUPE (fundação privada na UPE) ou continuar ignorando essa contradição que hoje questiona a nossa Universidade Pública?

 Para se atrelar as reais necessidades do povo ou para ser um mero apêndice para o enriquecimento do mercado?

Para lutar pelo Projeto de Autonomia da UPE, implementando de vez a gratuidade ou mantê-lo na “geladeira” como o Governo do Estado vem fazendo desde o inicio do ano?

Essa é uma contribuição do Movimento Estudantil da UPE, que não abre mão da luta, para enriquecer o debate quanto aos rumos da nossa universidade e do processo eleitoral no qual estamos inseridos.

Assinam:

Diretório Acadêmico Antonio Conselheiro – FFPP; DA “15 de Janeiro” – FOP; CA de Matemática – FFPNM; Coletivo FeFePeNeMê – FFPNM; DA Medicina Josué de Castro – FCM;

Movimento Trabalho & União – POLI; DA IdentiDAde – FENSG

Tonny
Author: Tonny

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