Brasil da pandemia ‘é uma câmara de gás’, dizem religiosos e intelectuais na “Carta Aberta à Humanidade”
Documento á assinado por nomes como padre Júlio Lancellotti, dom Mauro Morelli, Leonardo Boff , Chico Buarque, Gilberto Gil e Zeca Pagodinho.
“O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global”. Essa é uma das afirmações da “Carta Aberta à Humanidade”, publicada na semana passada, quando o Brasil registrou a explosão do aumento de mortes por Covid-19, totalizando mais de 265 mil vidas perdidas para a doença.
O documento é assinado por religiosos, sindicalistas, artistas e intelectuais, entre eles o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, o teólogo Leonardo Boff, dom Mauro Morelli, bispo emérito de Duque de Caxias (RJ), além de artistas como Chico Buarque e Zélia Duncan e presidentes de centrais sindicais.
O manifesto afirma que a população está refém “do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista”.
Na carta, os autores fazem um apelo para que STF (Supremo Tribuna Federal), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Congresso Nacional, CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) e ONU (Organização das Nações Unidas) se manifestem e tomem providências: “Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização”.
Leia a íntegra da carta
“Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.”
Hanna Arendt
O Brasil grita por socorro.
Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.
Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio-ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.
O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.
Nos tornamos uma “câmara de gás” a céu aberto.
O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.
Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.
Vida acima de tudo!