ANS padronizará guias de planos de saúde
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou o programa de Troca de Informação em Saúde Suplementar (TISS) para padronizar o registro e intercâmbio de dados entre as operadoras de planos de saúde e os prestadores de serviços. Com o novo sistema, as guias de atendimentos e exames serão unificadas e registradas eletronicamente, permitindo o maior controle das informações. O prazo para a implantação do novo sistema é de nove meses para os hospitais e pronto-socorros, um ano para as clínicas e de dois anos para os consultórios médicos.
No momento em que o consumidor é atendido por prestadores (hospitais, consultórios, laboratórios, médicos, dentistas e outros), são gerados dados clínicos e administrativos sobre o paciente e os tipos de atendimentos. Para que esses dados sejam analisados é necessária a padronização e a troca eletrônica de dados. O TISS vai viabilizar o intercâmbio de informações, com maior segurança e confiabilidade. A ANS vai disponibilizar um sistema de computação gratuito e opcional com o objetivo de atender as operadoras e os prestadores de serviços que ainda não dispõem de sistemas de informação.
A coordenadora geral da Aduseps, Renê Patriota, participou do lançamento do TISS, no Rio de Janeiro, e criticou o novo sistema. Segundo ela, mais uma vez a ANS não se preocupou com o usuário, mas com as operadoras. “Meu receio é que esse sistema não venha subtrair os direitos dos consumidores”, argumenta. Renê disse que a preocupação maior é com a renovação dos registros das empresas até dezembro, porque os usuários não podem ser prejudicados com a cassação dos registros.
Para o presidente regional da Associação Brasileira das Empresas de Medicina de Grupo (Abramge), Flávio Wanderley, a adoção do TISS vai trazer mais um ônus para as empresas do setor. Mesmo assim, ele considera o novo sistema importante para o controle dos procedimentos na rede assistencial credenciada.
Wanderley disse que a luta das operadoras agora é contra o tempo. Até o dia 3 de dezembro as empresas devem renovar o pedido de registro dos produtos. Para obter o registro definitivo na ANS, terão que comprovar garantias financeiras e patrimônio líquido. Segundo ele, a maior dificuldade é das empresas de medicina com menos de 50 mil usuários.
Fonte: Diário de Pernambuco – 06.11.2005