Adupe repudia afirmações caluniosas e levianas do ministro da Educação, Abraham Weitraub
A cruzada institucional contra a educação pública parece ser uma das prioridades do Governo de Jair Bolsonaro. Na semana passada essa cruzada ultrapassou o limite do impensável. Sem apresentar provas e de forma irresponsável, o ministro da Educação, Abraham Weintraub afirmou que algumas universidades federais têm “plantações extensivas de maconha” com o uso até instrumentos tecnológicos para seu cultivo, além de afirmar que “laboratórios de química” das universidades se transformaram em usinas de fabricação de drogas sintéticas, como metanfetamina.
Com essa nova “pérola”, Weintraub rompe todas as fronteiras às quais, por força do cargo, deveria se limitar como ministro da Educação. Com este novo impropério, aumenta a lista de adjetivos que podem ser utilizados para classificar o tal ministro: escalofobético, estrambótico, vil, leviano, mentiroso, desprezível…. A lista é interminável.
Ao acusar as universidades federais de serem espaços onde se praticam crimes, sem apresenta provas e apenas com o intento de desqualificar o ensino superior público, Weintraub demonstra o seu desprezo pelas leis, configurando a prática da anomia. Como ministro da Educação, Weintraub deveria justamente preservar a Educação e não destruí-la.
Este é mais um ataque produzido por um governo que escolheu tomar a educação e a ciência como inimigos e obstáculos a serem eliminados. A cruzada começou com Ricardo Vélez Rodríguez, o primeiro ministro da educação indicado por Jair Bolsonaro, de triste memória, que afirmou ter como missão não a defesa da educação, mas o combate ao “marxismo cultural”. Seu substituto, Abraham Weintraub, desde que assumiu apenas intensificou os ataques, propagando a caça a professores, acusando as universidades como espaços de balbúrdia e qualificando os professores como “zebras gordas”.
A Adupe repudia a afirmação leviana do ministro da Educação, que claramente se configura como prática de improbidade, difamação e prevaricação, devendo o mesmo responder por tais práticas.
Por último, reafirmamos que a Adupe estará sempre nas trincheiras de luta contra projeto de destruição da educação pública, pela autonomia universitária e pelo financiamento integral da educação.
Recife, 25 de novembro de 2019
Seção Sindical dos Docentes da Universidade de Pernambuco