Adupe endossa nota do CISAM sobre revogação de nota técnica que garantia serviços essenciais de saúde sexual e reprodutiva das mulheres durante a pandemia
O Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM-UPE) emitiu, no dia 8 passado, documento intitulado Carta à Nação Brasileira – Pela Vida das Mulheres. No documento, a instituição expressa indignação com a revogação, pelo Ministério da Saúde, da Nota Técnica Nº 16/2020-COSMU/CGCIVI/DAPS/SAPS/MS, de 01 de junho de 2020, que ressaltava a importância de garantir às mulheres o acesso à saúde sexual e reprodutiva durante a Pandemia da COVID 19.
A Adupe endossa o protesto do CISAM-UPE, considerando que a Nota Técnica nº 16 buscou atender exigências humanitárias e assegurar o direito à assistência à saúde, primordiais no atual contexto de emergência sanitária mundial. A sua revogação, bem como a exoneração de membros da equipe da Coordenação de Saúde das Mulheres do Ministério da Saúde revelam o momento de extrema arbitrariedade e desgoverno que reina na gestão de Jair Bolsonaro.
Leia abaixo a íntegra da Carta do Cisam
CARTA A NAÇÃO BRASILEIRA – PELA VIDA DAS MULHERES
O Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros-CISAM declara sua INDIGNAÇÃO com a exoneração da Coordenadora da Área Técnica da Saúde da Mulher e revogação da NOTA TÉCNICA Nº 16/2020-COSMU/CGCIVI/DAPS/SAPS/MS, de 01 de junho de 2020, que ressaltava a importância de garantir às mulheres o acesso à saúde sexual e reprodutiva durante a Pandemia COVID 19.
O CISAM, unidade de saúde e ensino pertencente ao Complexo Hospitalar da Universidade de Pernambuco (UPE), é referência estadual para atendimento à mulher em situação de violência sexual e doméstica, aborto legal, gestação e parto de alto risco, oferta à população métodos contraceptivos, dentre eles a camisinha peniana e vaginal, pílula de emergência, implante hormonal, DIU e esterilização cirúrgica. Todas essas prestações de serviços podem sofrer prejuízo com a revogação da NOTA TÉCNIA Nº 16/2020-COSMU/CGCIVI/DAPS/SAPS/MS.
Mediante tal situação, não podemos deixar de exigir a revogação de uma atitude tão arbitrária, resultante de um governo, que ao invés de proteger a mulher, contribua para promover o seu sofrimento e morte.
NENHUM DIREITO A MENOS!
A VIDA DAS MULHERES IMPORTA!
JUNTAS SEREMOS MAIS FORTES!
Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM/CH/UPE)
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