O PAPEL DA ADUPE NO PROCESSO ELEITORAL PARA REITOR – ARTIGO
O papel da Adupe no processo eleitoral para Reitor
Roberto Burkhardt*
Avizinha-se a eleição para escolha do novo Reitor da Universidade de Pernambuco. De certa forma, e já há algum tempo, através de sua diretoria a Adupe vem discutindo informalmente sobre o processo. É legítimo o envolvimento do sindicato no pleito eleitoral e sua tomada de posição no momento oportuno.
Nós, professores, compartilhamos com os outros servidores e estudantes a responsabilidade de levarmos a UPE a cumprir o seu verdadeiro papel.
Verdade que no corpo dos nossos associados temos companheiros de várias tendências, defendendo linhas diversas. Isso é salutar e caracteriza o sindicato como plural.
Mas, por natureza, tomar posição é próprio de todo sindicato. Uma diretoria ao postular a direção do sindicato apresenta uma série de propostas que identificam uma determinada linha. Saindo vitoriosa no pleito essa diretoria fica obrigada a defender a linha que foi proposta. Existe, ainda, em grande parte dos companheiros que compõem o sindicato uma incompreensão a esse respeito. Isso causa muita celeuma toda vez que o sindicato se pronuncia quanto ao apoio a determinada chapa.
No processo de eleição para escolha do Reitor e do Vice-Reitor a Adupe, como sempre, deverá se posicionar após uma apreciação dos critérios previamente determinados.
Temos a clara compreensão de que a UPE mudou. No passado os dirigentes eram indicados. Hoje, os nomes se submetem à apreciação de uma soma de forças. Nomes isolados, que não têm atrás de si o apoio dos segmentos que compõem a Universidade podem ser vistos como pura aventura.
Temos que fazer uma cuidadosa avaliação dos nomes que postulam qualquer cargo de direção na Universidade. Os critérios para esta avaliação deverão ser bem explicitados. A história do candidato tem que ser bem pesquisada. A coerência nas suas posições, a ética, os valores e hábitos são fatores a serem levados em conta, assim como seu nível de conhecimento, suas teses, sua visão de homem, de mundo e de sociedade (qual o modelo de sociedade que defende).
Candidatos de visão limitada, que só enxergam o institucional, que não vêem a universidade inserida num conpost_content mais amplo são fadados ao reducionismo. Da mesma forma, a visão meramente corporativa é intolerável em um dirigente universitário. Por fim, a compreensão de que as representações legítimas da comunidade deverão ser respeitadas é fundamental em um postulante ao cargo de Reitor.
Mais uma vez a Adupe não abrirá mão da sua prerrogativa de discutir com professores, alunos e servidores o futuro da Universidade de Pernambuco. Conclamamos, pois, toda a comunidade a participar desse debate.
* Roberto Burkhardt é Diretor Sindical da Adupe