Professores da UPE em greve – Publicada em 23.03.2006
Greve é resposta à intransigência do governo, que decidiu não enviar mais, à Assembléia Legislativa, o Plano de Cargos da categoria.
Os professores da Universidade de Pernambuco decidiram paralisar suas atividades, por tempo indeterminado, a partir de hoje. A decisão foi tomada na assembléia realizada hoje pela manhã.
Durante a assembléia foi aprovada ainda a formação de um comando de greve, formado por professores e servidores da UPE com a incumbência de conduzir o movimento. No caso dos servidores da UPE, a categoria está paralisada desde a semana passada.
“Essa é uma resposta da categoria à intransigência do Governo do Estado, que encerrou o processo de negociação sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos do quadro de Pessoal da UPE, frustrando o resultado de um processo de discussão que durou mais de um ano”, ressalta o presidente da Adupe, Raílton Bezerra.
Com a greve, além dos hospitais ligados à UPE (Oswaldo Cruz e CISAM), serão interrompidas as atividades acadêmicas nas faculdades da Universidade de Pernambuco.
Uma nova assembléia já está marcada para a próxima segunda feira, dia 27, às 11 horas, na sede da ADUPE, quando será avaliado o rumo do movimento.
PLANO DE CARGOS – O PCCV dos professores e servidores da Universidade de Pernambuco é uma antiga reivindicação das duas categorias. Em 2004 o governo do Estado concordou em discutir a questão, criando inclusive uma comissão incumbida de elaborar uma proposta. A comissão era constituída por representantes dos dois sindicatos (ADUPE e SINDUPE), Reitoria da UPE e Governo do Estado).
Depois de vários meses uma proposta foi acordada e encaminhada ao governo do Estado, que se comprometeu, através de documento, encaminhá-la para apreciação da Assembléia Legislativa logo no início deste ano.
Depois de muita pressão este envio somente se deu agora em março. Para surpresa da ADUPE e do SINDUPE, o post_content encaminhado nada tinha a ver com a proposta que foi construída anteriormente. Juntamente com sindicatos de outras categorias, que também tiveram seus PCCVs encaminhados, a Adupe e o Sindupe questionaram a discrepância entre a proposta remetida à Assembléia e a que foi elaborada pela comissão.
Sob a alegação de reformular os projetos, o governo retirou, dia 17, os projetos da Assembléia. Demonstrando disposição para a negociação, os sindicatos tentaram apresentar emendas, incluindo os pontos básicos que foram negociados ao longo da construção dos PCCVs.
Ontem, dia 22, novamente para surpresa de todos, o governo, de forma truculenta e intransigente, decidiu radicalizar optando pelo não envio dos projetos que instituiriam os PCCVs.
A greve é, pois o último instrumento à nossa disposição contra a truculência deste governo. Ela tem como objetivo a reabertura do diálogo.