Governo endurece e servidores param – Publicada em 23.03.2006
Dez secretarias, a Vice-governadoria, Procuradoria Geral do Estado, cinco fundações e autarquias reforçam a greve hoje
Mais dez secretarias, a Vice-governadoria, a Procuradoria Geral do Estado, cinco fundações e cinco autarquias estaduais entram hoje em greve por tempo indeterminado. A medida é um protesto contra a decisão do governo de não reajustar os salários acima de 10% e de não reenviar à Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe) os Planos de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCVs) dos servidores. Ao todo, são mais 25 mil funcionários que se unem no movimento iniciado pelos profissionais da Saúde, Polícia Civil, Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran) e Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). O que faz com que o atendimento à população em quase todos os setores públicos estaduais seja prejudicado – a única exceção são as escolas.
A decisão de paralisar as atividades será acompanhada por uma grande mobilização. Os sindicatos prometem reunir pelo menos três mil pessoas em um protesto, às 10h de hoje, na Praça Oswaldo Cruz. Os servidores alegam que o reajuste de 8% a 10% é insuficiente e que o governo não levou em consideração outros itens acordados no ano passado. “O governador assinou um termo se comprometendo a conceder gratificação por tempo de serviço este ano, mas não cumpriu. Jarbas Vasconcelos está sendo intransigente, arrogante e antidemocrático ao não aceitar nossas contrapropostas, mesmo havendo folga de mais de R$ 200 milhões no orçamento”, critica o presidente do Sindicato dos Servidores de Pernambuco (Sindserpe), Renilson Oliveira.
O sentimento é o mesmo na Saúde. “O governo está desrespeitando e subestimando os trabalhadores, quando mantém categorias com salários abaixo do mínimo e não discute melhorias”, afirma a coordenadora do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde), Maria Perpétua Rodrigues. Com a manutenção da greve da categoria, decretada no dia 14 por causa das discordâncias entre servidores e governo em relação ao PCCV, os ambulatórios dos hospitais continuam fechados e as emergências só funcionam com 30% da capacidade, apenas para atender os casosmais graves.
Todos os exames e consultas para os próximos dias estão sendo cancelados. Até as cirurgias eletivas marcadas em hospitais privados terão que ser reagendadas porque o Hemope, paralisado desde a sexta-feira, só está coletando 30% da quantidade normal (120 ao invés de 400 doações diárias). O que só garante material para transfusões de sangue de emergência. O Detran também decidiu manter paralisação por causa da decisão do governo em não reenviar o PCCV da categoria.
Amanhã, as categorias voltam a se reunir em assembléias para decidir novos protestos e manifestações. A previsão é de que a greve dure, pelo menos, até o dia 31, data da saída de Jarbas Vasconcelos do governo. (Fonte: Diário de Pernambuco – 23.03.2006)