Servidores do estado ameaçam greve geral
Os servidores estaduais podem decretar greve por tempo indeterminado na próxima segunda-feira por causa da decisão do governo do estado de retirar os quatro projetos de Planos de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) que tramitavam na Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A medida foi tomada através de um ofício enviado na noite de ontem para a presidência da Alepe e que será publicado hoje no Diário Oficial. Os PCCVs são relativos aos funcionários da Universidade de Pernambuco (UPE), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Saúde e Defesa Social. Precisam ser votados e promulgados até o dia três de abril por causa do período eleitoral, senão só entrarão em vigor no próximo governador. O café da manhã, marcado para as 8h de hoje em frente ao Palácio do Campo das Princesas, vai se tornar, dessa forma, em uma grande assembléia onde as todas as categorias avaliarão a deflagração da greve geral.
Ontem, servidores estaduais, exceto fiscais e a Polícia Civil, fizeram uma paralisação de 24h para protestar contra os valores dos PCCVs e contra o reajuste linear de 8% a 10%, considerado insuficiente pelos trabalhadores. Estiveram na Alepe onde pediram apoio dos deputados na negociação com o governo. Na reunião, foi acordado que os grevistas enviariam hoje à Assembléia sugestões de emendas que seriam discutidas pelos parlamentares com o governo.
Retaliação – A notícia do ofício do governador suspendendo a tramitação dos planos de cargos e carreiras não poderia ter gerado repercussão mais negativa entre sindicatos e entidades ligadas às quatro categorias atingidas pela medida. “O governo fez uma retaliação à nossa mobilização”, criticou o presidente do Sindicato dos Servidores de Pernambuco (Sindserpe), Renilson Oliveira.
A presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde de Pernambuco (SindSaúde), Perpétua Rodrigues, foi enfática ao afirmar que a categoria deve “radicalizar” a partir de hoje. “Até agora estou tentando entender o motivo dessa decisão. Isso vai revoltar a categoria amanhã (hoje), quando essedecisão se espalhar”. O estado tem hoje cerca de 23 mil servidores da saúde. Às 14h, a categoria participa de uma assembléia no Hospital da Restauração.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Henrique Leite, disse que vai esperar pela justificativa do governo antes de definir a postura da categoria. “Espero que essa justificativa seja boa. Caso contrário, duvido que os policiais aceitem essa decisão sem reagir. É um prejuízo irreparável para quem luta pelo plano de cargos e carreiras há quase dez anos”. O Sinpol ainda não definiu data da assembléia dos policiais civis. (Fonte: Diário de Pernambuco – 17.03.2006)