Servidor ameaça manter greve durante Carnaval
Os cerca de 20 mil servidores da rede estadual de saúde do Estado decidiram entrar em greve novamente hoje e ainda prometem continuar com a paralisação até o fim do Carnaval. Com isso, os ambulatórios e parte das emergências dos hospitais públicos não funcionam. Paralisam as atividades enfermeiros, psicólogos, auxiliares e técnicos, assistentes sociais, entre outros trabalhadores. Os médicos não aderiram ao movimento.
Após decidirem pela greve, cerca de 100 servidores interditaram a Avenida Agamenon Magalhães no fim da tarde de ontem. O bloqueio durou dez minutos e causou engarrafamento na via no sentido cidade-subúrbio. De acordo com o Sindicato dos Servidores da Saúde (SindSaúde), a paralisação tem como objetivo pressionar o governo do Estado a apresentar os valores do reajuste salarial da categoria. “Caso o governo não se posicione até sexta-feira, entraremos pelo Carnaval com a paralisação. A categoria não aguenta mais ser enrolada”, afirmou a presidente do SindSaúde, Maria Perpétua Rodrigues.
Os servidores pleiteam o aumento do piso salarial de R$ 174 para R$ 350 para quem tem nível fundamental, de R$ 201 para R$ 600 para nível médio e de R$ 542 para R$ 1.213 para os profissionais de nível superior. A categoria ainda exige a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).
Segundo o SindSaúde, o governo havia prometido enviar o projeto de lei do PCCV até 15 de fevereiro para a Assembléia Legislativa de Pernambuco. “Além de não terem enviado, ainda modificaram os termos da proposta. Ainda estamos analisando as modificações”, explicou Maria Perpétua. A implantação do PCCV é a principal reivindicação do SindSaúde. Ele regulamentará os reajustes salariais de acordo com tempo de serviço e titulação.
Por causa do impasse, a categoria já realizou duas paralisações de advertência este ano, mas que duraram apenas um dia.
A Secretaria Estadual de Saúde informou, por meio da assessoria de comunicação, que o serviço médico não será afetado caso a greve permaneça no Carnaval. Isso porque, o governo do Estado preparou um esquema especial para os quatro dias de folia. Foram contratadas 1.056 pessoas para reforçar os atendimentos nas emergências. (Fonte: JC 22.02.2006)