Governo decide o valor do mínimo na terça-feira – Publicada em 21.01.2006
BRASÍLIA – Na quinta reunião para definir o novo valor do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas, as centrais sindicais recuaram mais uma vez e propuseram ao governo elevar o piso salarial de R$ 300 para R$ 350 a partir de abril. Para o reajuste da tabela, querem uma correção de 8%. O governo não descartou as duas possibilidades e disse que a negociação está próxima de um desfecho. A decisão sai na próxima terça-feira.
“Se fugisse completamente das nossas possibilidades, teríamos rechaçado prontamente. Vamos fazer agora todas as continhas. Agora vai depender dos estudos que vamos fazer até terça-feira”, declarou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ex-presidente da CUT. Ficou marcada para a próxima semana uma nova reunião, com a presença do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As negociações de ontem entre governo e sindicalistas se estenderam das 11h até as 19h (horário do Recife). Entre propostas, contrapropostas e sanduíches de mortadela, foram feitos vários intervalos para conversas isoladas entre cada uma das partes. No meio da tarde, Marinho chegou a ir ao Congresso Nacional para conversar com líderes governistas sobre o encaminhamento das negociações.
De lá, Marinho – que estava acompanhado do ministro Luiz Dulci (Secretário Geral da Presidência) e do ministro interino Carlos Gabas (Previdência) – seguiu para o Palácio do Planalto para tratar do assunto com o presidente Lula. O presidente convocou outros ministros – entre eles Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) – para debater a proposta das centrais sindicais. Não houve decisão.
“Agora está nas mãos do governo, que não faz acordo se não quiser. Nós já demos até as calças”, afirmou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho. Na avaliação dele, está fechado o acordo. “O governo entendeu que chegamos ao limite. Agora, o risco é deles”, completa o sindicalista.
As centrais iniciaram as negociações sobre o mínimo e a correção do IR pedindo um aumento para R$ 400 e um reajuste de 13% para a tabela. Na semana passada, recuaram para R$ 360 e 10%. Depois de nova rodada de negociação, colocaram novas propostas na mesa: R$ 350 com antecipação do aumento para março ou R$ 360 em maio. Ontem, voltaram a ceder e passaram a pedir que os R$ 350 passassem a valer a partir de abril. Para a tabela do IR, já aceitam 8% a partir de fevereiro.