Saúde vai abrir 1.481 vagas
As Secretarias Estaduais de Saúde e de Ciência e Tecnologia anunciaram, ontem, a abertura de concurso público para 1.481 profissionais que vão atuar no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), a ser aberto em fevereiro, Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) e Centro de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam). A seleção, no entanto, depende de autorização da Assembléia Legislativa, que só deverá ser solicitada pelo governo após o recesso parlamentar, no próximo ano.
“Temos condições de enviar o projeto ainda este mês, mas desde que os deputados decidam, por iniciativa própria, votar a matéria durante a autoconvocação”, disse o secretário Cláudio Marinho, de Ciência e Tecnologia. Além do concurso, o secretário anunciou a transferência de 207 profissionais do setor de Cardiologia do Oswaldo Cruz para o Procape, o que deve possibilitar a abertura da Emergência da unidade antes mesmo da seleção, e a contratação de 290 terceirizados para as áreas de limpeza, cozinha e vigilância. Há também a possibilidade de fazer contratos temporários de profissionais de saúde enquanto não é realizado o concurso.
As medidas foram apresentadas após duas semanas de denúncias consecutivas, de entidades que representam pacientes e médicos, e dos próprios profissionais sobre a saturação completa das duas únicas emergências cardiológicas do SUS no Estado: a do Hospital Oswaldo Cruz e a do Agamenon Magalhães. Os serviços estão trabalhando com um número de doentes três a quatro vezes maior que a capacidade e infartados estão sendo atendidos em cadeiras. Há uma ação tramitando na 7ª Vara da Fazenda da Capital, na qual a Associação de Defesa dos Usuários de Planos, Seguro e Sistema de Saúde (Aduseps) pede a abertura imediata do Procape. As manifestações pela ativação do serviço se estendem por dois anos.
A autorização do concurso e de outras medidas foi dada ontem, aos secretários, pelo governador Jarbas Vasconcelos. “Tudo tem seu tempo e sua vez”, disse Cláudio Marinho, quando questionado sobre a demora para as decisões a respeito do Procape. Segundo ele, foi preciso antes disponibilizar verba estadual (R$ 1,5 milhão) para a conclusão das obras, definir a migração de profissionais do Huoc (questão só definida esta semana), negociar custeio de serviços com o Ministério da Saúde e tomar outras providências. “Antes disso, tomamos medidas para melhorar o Huoc”, observou.
Das 1.481 vagas a serem criadas para os três hospitais da Universidade de Pernambuco, 812 são para o Procape, 395 para o Oswaldo Cruz e 274 para o Cisam. A maioria é destinada ao setor de enfermagem. Parte dos médicos a serem selecionados para o Oswaldo Cruz vai ser remanejada para Unidades de Terapia Intensiva administradas pela Secretaria Estadual de Saúde (os hospitais da UPE são vinculados à Secretaria de Ciência e Tecnologia). O acréscimo de servidores e de pessoal a ser contratado de forma terceirizada vai custar R$ 22,2 milhões por ano ao Estado. (Fonte: Jornal do Commércio – 14/12/2005)