Oswaldo Cruz será referência

Juliana Colares – ESPECIAL PARA O DIARIO

O Hospital Oswaldo Cruz (HUOC) vai ser unidade de referência no estado para o atendimento de pacientes portadores do vírus influenza H5N1, causador da gripe aviária em animais e em humanos, caso a previsão de pandemia mundial se confirme. A medida faz parte do plano pernambucano de contingência da doença, que deve ser anunciado hoje, pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). O projeto faz parte das recomendações do Ministério da Saúde (MS) que, preocupado com o avanço da doença na América Latina – segundo o Ministério da Agricultura, já há surto da gripe na Colômbia – vai tornar público o programa brasileiro no dia 16 de novembro. De acordo com o MS, até agora São Paulo foi o único estado a apresentar um projeto regional.

  Enquanto não são divulgadas as diretrizes nacionais, o HUOC se prepara para combater o problema. “Quando houver uma epidemia da doença, fato que realmente deve ocorrer, o Oswaldo Cruz vai disponibilizar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de doenças infecciosas, que tem sete leitos”, explica o infectologista do HUOC, Vicente Vaz. Mas, para ele, a falta de vagas disponíveis pode ser um problema. “Normalmente, quando se faz um plano para um surto, trabalha-se com capacidade ociosa, o que não é o caso. Não existe espaço nem aqui, nem em qualquer outro hospital da rede pública. O que pode acontecer é parte dos pacientes do Oswaldo Cruz serem transferidos para que os lugares sejam liberados. Será necessário um trabalho conjunto entre a rede pública e a privada”, afirma.

  Segundo o presidente do Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhosp), Mardônio Quintas, as unidades particulares ainda não foram contactadas sobre o assunto. Já de acordo com Miriam Silveira, diretora do Hospital Correia Picanço, que é referência em infectologia, a unidade de saúde foi solicitada pela SES, mas, a princípio, não terá condições de atender pacientes de gripe aviária. “Hoje, existem 59 leitos da área infecciosa, mas todos estão ocupados por portadores do vírus da AIDS e de meningite”, diz.

  Os setores de epidemiologia e infectologia dos hospitais Agamenon Magalhães, Restauração e Getúlio Vargas informaram que ainda não têm participação definida no projeto da gripe aviária. Entre as unidades de saúde municipais, duas atuam em conjunto com a SES para identificação do vírus. A Policlínica Amaury Coutinho, em Campina do Barreto, e o Hospital Pediátrico Cravo Gama, em Afogados, realizam, cada um, a coleta semanal de secreção de cinco pacientes com sintomas gripais. Após isso, são enviados relatórios para o MS que identifica se houve o aparecimento da gripe aviária entre humanos e se existem novas formas do vírus da gripe comum.

Tonny
Author: Tonny

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