Problemas do Sassepe se avolumam e servidores cobram solução do Governo do Estado
Restrições no atendimento, dívidas que crescem todo mês e interferências políticas são alguns dos problemas a serem denunciados pelos servidores na próxima quinta-feira (07/10), nos atos públicos que farão em Recife e Petrolina.
Rede credenciada cada vez mais reduzida, Hospital dos Servidores sucateado e sem insumos, falta de médicos em diversas especialidades, exames e procedimentos médicos cada vez mais restritos, dívida que se avoluma a cada mês. Esse é o retrato atual do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco-SASSEPE, do qual dependem 188 mil usuários, entre servidores e seus dependentes.
A situação do sistema foi discutida em plenária realizada na manhã de ontem (04/10), com participação de diversos sindicatos de servidores, entre eles a Adupe, que foi representada pelo professor Luiz Oscar Cardoso Ferreira (Presidente).
Durante a plenária, que foi convocada pelo Fórum dos Servidores do Estado e pela Associação de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco (ASSEPE), os dirigentes sindicais e usuários do Sassepe relataram o quadro caótico atual do sistema.
Com vinte anos de existência, o Sassepe se tornou o principal serviço de assistência à saúde dos servidores, contando atualmente com 188 mil beneficiários, entre servidores e dependentes, uma rede 300 prestadores e um hospital próprio (Hospital dos Servidores do Estado).
Nos últimos anos o sistema passou a conviver com uma série de problemas, entre os quais as dificuldades dos usuários para conseguir atendimento, as deficiências estruturais da rede de atendimento e a falta de serviços especializados. Essa situação foi agravada durante o período crítico da pandemia, quando o HSE passou a atender unicamente pacientes de Covid 19.
O problema maior agora diz respeito às dívidas do Sassepe, que crescem à ordem de 9 milhões de reais ao mês, trazendo como conseqüência para os usuários a suspensão das consultas, exames e cirurgias.
De acordo com os relatos da plenária, o problema do Sassepe não é somente financeiro, mas de gestão. “Um dos grandes conflitos do sistema está nas indicações políticas para cargos de gestão. Acontece que a gestão tem que ser técnica, sem interferência política”, disse Beatriz Gomes, nome ligado à luta pela melhoria do Sassepe.
Para os presentes, o governo do Estado precisa assumir seu papel na manutenção do Sassepe, uma vez que os servidores já arcam com a maior parte dos custos. “As crises do sistema sempre foram solucionadas com o aumento da contribuição dos servidores. Desta vez nao não temos como assumir essa responsabilidade”, frisou Gilvanete Leite, destacando ainda que os salários dos servidores estão congelados há anos.
ATOS PÚBLICOS
A plenária de ontem teve como objetivo fortalecer a campanha dos trabalhadores público em defesa do Sassepe. Mais um capítulo importante dessa luta ocorrerá na próxima quinta feita (07/10), quando serão realizados atos públicos com o objetivo de denunciar a situação caótica do sistema e exigir do Governo do Estado os recursos necessários ao bom funcionamento do Sassepe, bem como a adoção de medidas visando a sua reestruturação.
Os atos ocorrerão em Recife e em Petrolina. Em Recife, a manifestação ocorrerá na Praça da República (próximo ao Teatro de Santa Isabel), com início às 9h.
Conheça os principais problemas do Sassepe
Déficit mensal: 9 milhões
Indicações políticas para a gestão
Sucateamento das agências do interior
Sucateamento do HSE
Falta de profissionais
Redução dos serviços da rede credenciada
Atrasos nos pagamentos à rede credenciada
Propostas dos servidores para a melhoria do sistema
Aporte imediato de recursos para quitação do estoque da dívida
Investimentos e recuperação da rede própria
Melhorias estruturais no Hospital dos Servidores
Paridade da contribuição entre governo e servidores
Modelo de gestão sem interferência política