Adupe repudia declarações de Paulo Guedes

Ao invés de atacar o funcionalismo público para afagar o mercado, o Governo deveria criar condições para que os servidores tivessem plenas condições de realizar seu trabalho diário em benefício da população.

A Seção Sindical dos Docentes da Universidade de Pernambuco (Adupe), manifesta veemente repúdio a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que comparou os servidores públicos a “parasitas, que habitam um hospedeiro que está morrendo, o Estado brasileiro”.

A afirmação foi feita na sexta-feira (7/2), com o propósito de justificar a necessidade da reforma administrativa

que deverá ser enviada ao Congresso Nacional nos próximos dias e que pretende cortar ainda mais na carne do funcionalismo, com a proibição de reajustes salariais, a possibilidade de demissão a qualquer tempo, entre outras medidas.

Uma vez mais, a estratégia do governo se repete e o governo, demoniza o servidor com a intenção de retirar direitos trabalhistas e sociais, que nesse caso inclui o acesso à saúde e à educação gratuitas. Ao equiparar todos os servidores públicos a parasitas, que devem ser eliminados, o ministro ataca cada um que decidiu dedicar sua vida ao serviço público e à implementação de políticas públicas que melhorem a vida da população.

O funcionalismo público desempenha um trabalho de vital importância para a sociedade. Os servidores públicos estão presentes na vida da população em áreas vitais, como educação, saúde, justiça, segurança, pesquisa, recursos hídricos, meio ambiente, entre outros.

Muitos desses servidores que o ministro chama de “parasitas” trabalham em situação precária e de extrema dificuldade, fruto do sucateamento e da falta de investimentos por parte dos estados, municípios e governo federal, o que reflete sobre as ações dos profissionais e diretamente na qualidade vida das pessoas.

Ao invés de atacar o funcionalismo público para afagar o mercado, o governo deveria criar condições para que os servidores tivessem plenas condições de realizar seu trabalho, fazendo chegar os benefícios à população, melhorando a vida do povo, diminuindo o fosso da desigualdade social.

De fato, o hospedeiro está doente, sim. Mas a doença vem dos bancos parasitas e do sistema financeiro. A doença vem dos empresários parasitas sonegadores que não pagam seus impostos e fazem tudo para manter seus próprios empregados na miséria. A doença é resultado de políticas como as que vêm sendo adotadas pelo atual governo, que só servem para alimentar os verdadeiros parasitas.

Falta a Paulo Guedes a honestidade de assumir publicamente que a ele, ao governo e ao próprio presidente da República, não interessa manter serviço público para atender a população. Falta honestidade de assumir publicamente que o objetivo do governo é gerir a máquina pública em favor dos privilegiados.

Lutamos por um serviço público bem estruturado e pela valorização dos trabalhadores. Rechaçamos toda e qualquer tentativa de ataque aos servidores públicos e aos seus direitos.

Recife, 10 de fevereiro de 2020