Entidades lutam pela abertura irrestrita – Publicado em 16.03.2005
Entidades civis e estudantis, CNBB, sindicatos, partidos, ex-presos políticos e familiares de desaparecidos lançaram, ontem, na sede da OAB/PE, a campanha pela abertura irrestrita dos arquivos da ditadura militar e pela localização dos restos mortais dos desaparecidos políticos. Coordenada pelo Fórum Permanente da Anistia em Pernambuco, a campanha “Pelo Direito à História” reuniu católicos, marxistas e defensores dos direitos humanos.
“A história brasileira de 64 tem um lapso de conhecimento. As novas gerações precisam saber que o País viveu um período obscuro, sem liberdade. Há uma dívida com as famílias dos desaparecidos. É preciso enterrar os mortos”, conclamou o presidente da OAB/PE, Júlio Oliveira, que definiu os arquivos como “uma caixa preta que precisa ser aberta”. Integraram a mesa, também, o arcebispo emérito da Paraíba, dom Marcelo Carvalheira, o representante da CNBB Nordeste II, dom Fernando Saborido, a ex-guerrilheira do Araguaia, Criméia Almeida, e o advogado de presos políticos, Idibal Piveta.
“Enterrar restos mortais não é só um ato mecânico. É o encerramento da história de vida de uma pessoas. Todos têm direito a isso. É fundamental a pressão da sociedade civil. Nos arquivos estão escritos não só informações sobre pessoas, mas, também, embora de forma grosseira, a história do Brasil”, ressaltou Criméia Almeida. “Temos que acumular forças para conseguirmos a abertura. Se formos esperar por uma boa vontade, quando abrirem talvez não haja mais nada”, destacou o presidente do fórum, Rinaldo Ferreira.
Fonte: Jornal do Commércio