ADUPE rejeita argumento do secretário de Ciência e Tecnologia
Por ocasião do movimento protagonizado pelos estudantes e residentes de medicina no dia 12 passado, o secretário de Ciência e Tecnologia, Marcelino Granja, fez um pronunciamento que a imprensa tornou conhecido para a população pernambucana e brasileira. Os tópicos do pronunciamento que se referem aos investimentos financeiros e ao incremento de pessoal recebem apoio da diretoria da ADUPE. Apoio com ressalva à medida de contratação de pessoal por seleção simplificada, visto que defendemos, por princípio, o concurso público.
O Secretário também justificou o empenho do Governo em favor da UPE como um todo e dos três hospitais em particular, utilizando argumentos que merecem a crítica desta diretoria da ADUPE. O primeiro é de ter ressaltado que a gratuidade é uma obra governamental, sem fazer menção às longas lutas dos movimentos dos estudantes, dos servidores e dos docentes. O segundo foi a menção do atual padrão de salários dos docentes como sendo muito diferenciado, quando, de fato, nós fomos submetidos ao mesmo tratamento que foi dado à imensa maioria dos servidores públicos estaduais: 5 ou 6% nos anos de 2011 a 2014.
O Secretário foi especialmente enfático e duro ao desenvolver o terceiro argumento. Nós assistimos, e a imprensa registrou e noticiou, que o Secretário atribui as dificuldades pelas quais os três hospitais passam como sendo da inteira responsabilidade da atual e das anteriores gestões do HUOC. O Secretário foi tão incisivo ao atribuir a “pecha” de incompetência aos gestores que, provavelmente, nem percebeu ter estendido essa qualificação aos demais gestores da UPE. É provável que também não tenha percebido que suas acusações alcançam tanto a instituição quanto as pessoas, e estas, portadoras de dimensões psicológicas e afetivas, merecem um tratamento marcado pelo respeito e gentileza.
Em um dado momento Marcelino Granja afirmou que a medida de obediência ao disposto legal, de não pagamento dos plantões extras que motivou o fechamento das enfermarias, foi simplesmente por “má gestão e não por dificuldades financeiras”. Por outro lado, o Secretário, depois de ter ouvido o diretor e a coordenadora de graduação da FCM – Marcelo Azevedo e Bernadete Antunes – se dispôs a buscar, junto com o reitor Carlos Calado, uma alternativa que ao mesmo tempo reabra as enfermarias e garanta a efetividade da Residência Médica. Por outro lado, essa dura e enfática acusação à gestão dos hospitais serviu para o Secretário justificar a implantação de um novo modelo de gestão para os três hospitais da UPE.
A diretoria da ADUPE rejeita frontalmente esse argumento do Secretário Marcelino Granja. Entende, inclusive, que como autoridade governamental, mesmo defendendo essa tese, deveria tratá-la com esmero, visto que está no primeiro escalão de um Governo cuja influencia é muito significativa em Pernambuco. O Secretário tem, assim, as condições para se apresentar sempre de maneira muito gentil.
Esta diretoria da ADUPE rejeita fulcralmente a acusação de incompetência da gestão do HUOC, e de demais setores da UPE feita pelo titular da SECTEC. Tal acusação desconsidera as muitas conquistas operadas nos três hospitais ao longo de tempo, que por si só demonstram o esforço despendido pela atual e pelas gestões anteriores dos hospitais, e pela UPE como um todo.
A diretoria da ADUPE entende que o Governo, enquanto responsável pela execução das políticas públicas, deve se filiar aos esforços produzidos pela atual e pelas gestões anteriores dos hospitais, contribuindo naquilo que precisa ser modificado e naquilo que precisa ser aperfeiçoado para a realização do direito à saúde e da formação universitária de profissionais, bem como da pesquisa e da extensão universitária.