Nossa opinião sobre a transferência da UPE para a Cidade da Copa
Um dos projetos governamentais mais propalados tem sido a construção de estádios para a Copa de 2014. Aqui em Pernambuco está sendo criada uma cidade, cujo núcleo principal é a arena de esportes que tem sido apresentada, inclusive, para ser palco de disputa da Copa das Confederações a ser realizada em 2013. Todavia, para além dos espaços de competições esportivas serão criados vários equipamentos sociais, dentre os quais um prédio para uma instituição de ensino superior (IES).
Muito se diz que o Governo de Pernambuco prefere que a UPE ocupe esse prédio. Sobre esse assunto, durante o ano passado o reitorado da UPE afirmou várias vezes que não havia interlocuções no sentido da transferência das Unidades de Ensino. Todavia, a partir de duas reuniões realizadas no mês passado, convocadas especificamente para discutir o assunto, a afirmação que tem sido feita é outra: a UPE deve decidir até maio se aceita a transferência de suas Unidades de Ensino dos Campi Santo Amaro e Benfica para a Cidade da Copa.
Nessa reunião do dia 10 de janeiro foram apresentados os problemas que motivam a transferência: pulverização; baixa racionalidade; baixa tecnologia; comprometimento dos atuais espaços das Faculdades dos Campi Santo Amaro e Benfica. As vantagens previstas foram as seguintes: uma edificação de excelência; possibilidade de ampliação para novos cursos, novos laboratórios e de exercício de uma gestão racional.
A Empresa Odebrecht, através do senhor João Paulo apresentou o projeto de construção de um Campus Metropolitano, cuja extensão será de 9 hectares. O BNDES financiará o a construção do prédio da IES.
A posição da ADUPE nesse momento é a seguinte:
1.Toda a Comunidade deve discutir o assunto sem a pressão de uma resposta imediata;
2.É preciso conhecer não apenas o projeto do prédio, mas de toda a Cidade, bem como as condições de transporte e as vias de acesso para o local;
3.Os prédios devem dispor de espaços que garantam momentos de descanso nos intervalos das atividades, e considerar que a maioria da comunidade acadêmica é formada por mulheres;
4.Os ambientes de atividade acadêmica devem ser projetados para o desenvolvimento de metodologias problematizadoras e centradas no estudante, e não aquelas enormes salas de ensino tradicional;
5. O Governo do Estado deve prover o financiamento necessário para que a Universidade possa manter e ampliar seus projetos acadêmicos de ensino, pesquisa e extensão, inclusive levando-se em conta a continuidade dos projetos ora desenvolvidos no Recife.
6.Devido à geografia física dos municípios do entorno do novo campus (Jaboatão, São Lourenço da Mata e Camaragibe), o Governo do Estado deve prover transporte para professores e estudantes se deslocarem para as Unidades de Atenção Primária onde devem ser realizadas as atividades práticas de ensino.
7.A Comunidade da UPE precisa conhecer o projeto, pois tem a responsabilidade de fazer uma proposta de financiamento a ser executado pelo Estado de Pernambuco através do Governo.
8. Imprescindível também que a comunidade universitária e a sociedade pernambucana como um todo saiba que destinação será dada aos imóveis pertencentes aos atuais campi da UPE. Da mesma forma, é preciso que se esclareça de quem será a posse dos imóveis do Campus Integrado.
9.Considerando que estamos em um conpost_content de parcerias entre os entes públicos e privados, é necessário que a Comunidade conheça e se pronuncie sobre esse possível tipo de relação.
Em suma: A ADUPE é totalmente a favor da democratização das informações para que se possa tomar a melhor decisão. Considera também ainda que algumas Universidades de países europeus tiveram a oportunidade de desenvolver seus projetos se transferindo para localidades distantes dos centros urbanos. Entendemos que se a transferência fortalecer o caráter público, autônomo e democrático poderemos chegar mais perto das comunidades de Jaboatão, São Lourenço, Camaragibe e Tiúma e assim continuar cumprindo a função social da UPE!