Comunidade da UPE impactos da crise na Universidade
A crise econômica tem trazido consequências negativas em todas as áreas. No caso das instituições públicas de ensino superior, o corte de recursos vem agravando ainda mais os antigos problemas de financiamento.
A Universidade de Pernambuco não está alheia a este processo. Única universidade mantida pelo estado, a UPE já enfrenta dificuldades decorrentes do contingenciamento de recursos.
Para discutir a questão, as entidades representativas dos professores (ADUPE), dos servidores (SINDUPE) e dos estudantes (DCE Paulo Freire) da Universidade de Pernambuco promoveram, na sexta-feira passada (25/09), a mesa redonda “Análise de Conjuntura: Os impactos da Crise na UPE”.
O evento aconteceu no auditório do Sindupe. Participaram do debate a secretária estadual de Ciência e Tecnologia, Lúcia Melo, o presidente da Fundação Joaquim Nabuco e ex-deputado Federal Paulo Rubem Santiago e o reitor da UPE, Pedro Falcão.
Ao abrir o evento, o presidente da ADUPE, Sérgio Galdino, ressaltou a importância dos debates sobre os problemas da universidade. “As entidades sindicais e o DCE têm um papel imprescindível na condução desses debates”. Disse.
Primeiro a falar, o reitor Pedro Falcão reconheceu que a UPE tem sofrido, sim, os impactos da crise econômica. Segundo o dirigente, a instituição enfrenta dificuldades para a manutenção da infraestrutura e do mobiliário das unidades, aquisição de acervo bibliográfica, e incentivo à participação de professores e estudantes em eventos científicos. Além disso, há a diminuição da produção científica e pleitos dos professores e servidores tiveram que ser adiados. “No entanto, estamos adotando estratégias que têm minimizado os efeitos da crise”. Disse.
Para a secretária Lucia melo, a crise é real, mas é um momento transitório. Ao falar da UPE, a secretária disse que o governo reconhece a importância da universidade e da capacidade do seu quadro de professores e servidores. “UPE oferece um conjunto de oportunidades, daí o fato de que hoje muitos municípios reivindicam a sua presença”.
Segundo Lúcia Melo, a crise tem obrigado o governo a fazer escolhas do que cortar e onde cortar “Mas, no caso da UPE, temos buscado todas as saídas para que a redução de recursos seja o mínimo possível”. Ressaltou.
Referindo-se à crise econômica, Paulo Rubem Santiago disse que não há, entre os economistas, uma unanimidade em relação ao tamanho da crise e nem sobre os seus impactos. “Alguém tem que explicar como é possível passarmos de uma situação de estabilidade para uma situação de crise em poucos meses”.
O ex-deputado federal e atual presidente da FUNDAJ defendeu uma auditoria nos programas de incentivos fiscais do estado. “Nos momentos de crise só se enxerga a despesa. Mas é preciso também lançar o olhar para a receita. É possível, sim, melhorar a receita”. Considerou.
Sobre o contingenciamento de verbas da UPE, Paulo Rubem defendeu uma análise mais criteriosa do corte de recursos. “O maior investimento que o estado tem não é Suape, não é o polo gesseiro, não é o polo automobilístico. Nosso mais investimento é a UPE”. Enfatizou.