Professorado unido. Este é um desafio no processo de negociação salarial

Professorado unido. Este é um desafio no processo de negociação salarial

POR ITAMAR LAGES*

Este artigo é escrito com um olhar na campanha salarial que a ADUPE fará neste semestre. A preocupação que trago aqui é a mesma que constitui o artigo publicado em quatro de novembro passado. Todavia, agora acrescento a preocupação com a atitude do professorado. Em termos interrogativos a apreensão é a seguinte: qual o principal desafio do professorado considerando a adversidade da conjuntura?

Aqui não se pretende tratar detalhadamente os aspectos políticos e econômicos deste momento. Para tanto, sugere-se a leitura do artigo publicado em quatro de novembro passado.

A expressão ‘conjuntura’ é aqui usada nos limites de um artigo sindical. Refiro-me, de fato, a este momento: 2015. Considero que o legislativo, tanto o estadual quanto o federal, tem pouquíssimos representantes defensores da classe trabalhadora, e muitos representantes do capital. Dentre os pouquíssimos que defendem a classe trabalhadora, a maioria esta comprometida com a diretriz de recuperação da circulação do capital, fato este, que beneficia as empresas, principalmente as multinacionais.

O executivo, estadual e o federal começaram a praticar enfaticamente o monetarismo. As vítimas são as políticas públicas e a classe trabalhadora. Ou seja, os recentes anúncios de aumento das tarifas dos serviços públicos e os cortes nos orçamentos das políticas públicas antecedem, e servirão para justificar a ausência de reajuste salarial ou aumentos abaixo da inflação. O grande argumento é da crise econômica que afeta todo o mundo desde 2008. Crise esta, criada pelos agentes do capital. Crise que os trabalhadores estão convidados ‘a pagar as contas’ com parte dos seus salários.

Como disse anteriormente, além das dificuldades que estão em curso, é preciso estar alerta com uma possibilidade muito simpática à classe patronal. Refiro-me à estratégia de dividir os trabalhadores e oferecer propostas diferenciadas. Essa estratégia se efetiva sem a participação do sindicato, num primeiro momento e, depois, pressionando a diretoria para aceitar acordos que não primam pela unidade.

Antes que se possa classificar este artigo como pessimista, eu o apresento como realista. Reafirmo que a conjuntura é difícil para a conquista das nossas justas reivindicações. Reafirmo ainda que temos o desafio de manter a unidade do professorado da UPE, pois, hoje temos condições de apresentar uma proposta muito melhor do que a apresentada em 2011 quando lutamos para reconquistar o PCCV que nos foi retirado pelo Governo Jarbas Vasconcelos em 1999. Sobre a luta feita em 2011 convido à leitura do artigo publicado em 09 de outubro de 2014.

Ressalto mais uma vez que a conquista das reivindicações deve resultar da consciência de unidade do professorado, e esta, deve ser construída na relação entre a diretoria e todos os docentes da UPE. Esse é de fato um chamamento para discussões, reflexões e formulação conjunta de propostas para todo o corpo docente da UPE.

* ITAMAR LAGES é professor da FENSG

Tonny
Author: Tonny

Comente ou reporte um erro

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *