Disputa acirrada por hospitais
Fonte: Jornaldo Commercio – 14/08/2013
A menos de 20 dias da divulgação do nome do superintendente que vai comandar o complexo de hospitais da Universidade de Pernambuco (UPE) a disputa começa a ficar acirrada. Um dos dois candidatos ao cargo, o médico João Veiga (que exerce a função, interinamente, desde fevereiro) citou, esta semana, um relatório no qual faz denúncias a respeito do funcionamento do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), do Pronto-Socorro Cardiológico (Procape) e do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam). O documento que, segundo Veiga, foi encomendado pelo governo no início do mês, não foi exibido pelo autor. Ele apenas comentou partes do resultado da pesquisa.
Entre as irregularidades apontadas estão a aquisição de equipamentos que não são utilizados e a barganha por atendimento. A UPE afirma que o documento foi entregue ao comitê de busca, formado por professores da instituição que irão avaliar materiais entregues pelos dois candidatos. Hoje, João Veiga reúne-se com representantes da universidade. "O encontro faz parte do processo seletivo para escolha do novo superintendente. A entrevista do candidato João Veiga já estava marcada", afirmou o vice-reitor da UPE, Rivaldo Albuquerque, negando qualquer possibilidade de a convocação ter sido motivada pela divulgação do relatório. O outro candidato é o professor da Faculdade de Ciências Médicas Ricardo Lima, que também deverá entregar relatório.
Uma das denúncias refere-se à eleição para diretor do Hospital Oswaldo Cruz. Segundo o médico, durante a campanha eleitoral, em 2010, a atual gestão cedeu 10% das consultas e exames para a Associação dos Servidores da UPE (Asupe)."Queremos deixar claro que não houve barganha. O que houve foi uma tentativa da UPE de implantar o Programa de Saúde do Trabalhador, que destina um percentual de vagas aos servidores. João Veiga foi infeliz ao utilizar o termo "barganha". Ao meu ver, isso é uma tentativa de se manter no cargo", declarou o presidente da Asupe, Miquéias Veloso.
O Diretório Acadêmico de Medicina da UPE encaminhou à reitoria um pedido de esclarecimento sobre as declarações de Veiga. No documento, estudantes chegam a questionar se o relatório seria um ato da reitoria ou do governo estadual. "Alguns problemas são resolvidos em casa. Não era necessário expor a instituição. Agora que falou, ele precisa provar, dar nomes aos bois. Por isso cobramos esclarecimentos à UPE", disse o presidente do D.A.
Breno Gibson