As eleições para Reitor da UPE – Parte III
O deputado raivoso volta a atacar. Com sua contumaz virulência e oportunismo solicita ao governador Mendonça Filho, de quem se diz inimigo, uma auditoria na UPE.
O raivoso não se emenda. Ele já atacou a universidade no passado e foi execrado por toda a comunidade durante histórica audiência pública, na assembléia legislativa, local onde se escuda atrás da imunidade parlamentar.
Quando o raivoso fez sua primeira denúncia, o tribunal estava analisando, num processo rotineiro, as contas da universidade, provando-se a lisura da administração atual, fato que, os informantes do dia, deveriam ter participado a esse deputado.
Coincidentemente, essas denúncias surgem em época de disputas eleitorais. A primeira, durante as eleições de Diretor da FOP, quando ele foi instigado por um pequeno grupo já reconhecido que, aliás, levou a chapa dos seus asseclas à derrota. Na segunda denúncia, feita no momento da construção das chapas para disputar os votos que elegerão o novo reitor, explicitou-se a mesma pretensão de criar um palanque para si e seus aliados, porém, num momento de maior importância, vez que a eleição da UPE ocorrerá paralela às de presidente, governadores, senadores e deputados, o que faz suspeitar dos bons propósitos do raivoso na defesa da coisa pública.
O deputado poderá ainda ter outros interesses, já que ele é empresário, mercador do ensino privado, e deve abominar o ensino público e gratuito, seu concorrente.
O raivoso desconhece a UPE, nunca nos procurou, nem a representantes dos outros segmentos, muito menos à reitoria que tem interesse em preservar os objetivos precípuos da universidade. Temos hoje um reitor eleito, paritariamente, que, cônscio das suas responsabilidades e do significado do seu mandato implantou a democracia dentro do campus, desenvolveu projetos de grande projeção social e soube dialogar com todas as legítimas representações, promovendo a unidade que possibilitou a defesa da universidade contra o governo Jarbas Vasconcelos e sua tentativa de privatização.
Agora, em conversa intra-muros, um alerta importante para que tenhamos nos embates eleitorais uma postura ética, só assim poderemos construir uma universidade pública, laica, gratuita e socialmente referenciada.
Tudo indica que teremos três chapas, naturalmente compostas por grupos de tendências antagônicas – avançadas, progressistas ou atrasadas, conservadoras – cujos objetivos devem ser claramente identificados pelos eleitores. Municiar parlamentares com dados distorcidos não é um método que assegura a vitória no pleito. Pelo contrário, pode levar ao retrocesso ao invés do avanço.
Oxalá não seja necessário, num futuro próximo, expor os denunciantes, cabeças de certas chapas, que visitaram o deputado em busca de seu apoio e, sabendo do seu destempero, desencadearam essa nova ação nefasta contra a UPE.
*Roberto Burkhardt é Diretor Sindical da Adupe.