20 de novembro – dia da consciência negra
O dia 20 de novembro foi definido, no Brasil, como o Dia Nacional da Consciência Negra. A data é uma referência a Zumbi de Palmares, um dos maiores líderes negros do Brasil que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista.
Longe de ser motivo para celebrações, o Dia da Consciência Negra serve para evidenciar a luta da população negra não somente durante os três séculos e meio de escravidão da qual foram vítimas, mas nos dias atuais, contra a discriminação e o preconceito que infelizmente ainda perduram em nossa sociedade.
A data também serve para debater a importância do povo e da cultura africana no Brasil, com seus respectivos impactos políticos no desenvolvimento da identidade cultural brasileira, seja por meio da música, da política, da religião ou da gastronomia entre várias outras áreas que foram profundamente influenciadas pela população negra.
A memória em relação à Consciência Negra mostra sua relevância quando vemos os dados da desigualdade racial que ainda existe no Brasil. Pesquisa do IBGE de 2019 mostra que pretos e pardos, que são 56% da população brasileira, têm os piores indicadores de renda, moradia, escolaridade, serviços, etc.
O Atlas da Violência 2020 mostra que a taxa de homicídios entre negros cresceu 11,5% de 2008 a 2018, enquanto a de não negros caiu 12%. Ao todo, os negros somam 75,9% dos assassinados entre este período. Ou seja: para cada indivíduo não negro morto, 2,7 negros são assassinados
Em 2018, o estudo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil” mostrou que a taxa de analfabetismo entre negros era de 9,1%, cinco pontos percentuais superior à da população branca. A taxa de negros fora das escolas chega a 19%.
Esses números, por si só, derrubam qualquer discurso sobre a inexistência de discriminação racial no Brasil. Eles nos alertam para a necessidade de intensificarmos a luta pela igualdade e contra a discriminação e o preconceito.